O tratamento de dependência química tem conquistas significativas em sua avaliação e conduta. Hoje temos a preocupação enquanto sociedade e profissionais afins da área de saúde em tratar a origem, com a proposta de se buscar a causa da deficiência. Assim mergulhamos no núcleo familiar e não faremos o que se via por muito tempo: olharmos o indivíduo somente em suas manifestações, nos efeitos e nos sintomas. A psicologia tem contribuído de maneira decisiva nesse contexto, pois temos um comportamento de tratar essa questão de forma global, envolvendo toda estrutura psico-social onde se encontra o dependente e sua família. Com essa postura os resultados são muito mais concretos e alicerçados.


Levando em conta todo esse quadro de tratamento, a psicologia tem como preocupação principal trazer o individuo dependente ao convívio social dando-lhe estabilidade. Essa tarefa nos remete em seu tratamento a três pilares fundamentais em sua conduta que são: reabilitação, recuperação e conscientização. Se o dependente e a estrutura familiar assimilam essas três diretrizes no tratamento, a possibilidade de se criar um processo de humanização e recuperação do dependente e co-dependente que é a família, será, com certeza, bem positivo. É com todo esse compromisso que a psicologia vai se aprofundando nessa luta de inclusão e recuperação referente à dependência química.


Hoje o tratamento é diferenciado, não buscamos tratar o individuo somente nos consultórios. A intenção principal é a reabilitação e socialização do dependente. Temos buscado novas formas de tratamento, entre elas os grupos de ajuda, esses cada vez mais vão assumindo um papel primordial na atuação do dependente e família, para buscar sua estruturação enquanto núcleo. Vamos avançar mais, pois a intenção da psicologia é buscar claramente não separar o dependente em seu tratamento, isolando-o, mas sim, tratar essa questão de saúde pública de maneira madura em sua essência, para que a sociedade interaja diante do problema, ou seja, as famílias que sofrem essas dificuldades também possam ser tratadas


Dr. José Magno Macedo Brasil.
Psicólogo com Especialização em Abordagem em Psicanálise.
CRP 14/01447-9