Essa é uma pergunta que vem cada vez mais nos preocupando e ao mesmo tempo fazendo com que busquemos uma conduta mais certa para esse problema. É evidente que a dependência química é uma doença que ramifica para as dimensões físicas, psicológicas, social e espiritual, que acaba tendo uma projeção social grande. O dependente adoece juntamente com a família (coodependencia) esse é um aspecto da dependência que tem que ser tratada como com intensidade, o que percebemos é que se não tratarmos a família a doença não é trabalhada no seu núcleo se tornando um ciclo vicioso e progressivo. Quando falamos de ciclo vicioso é que infelizmente a realidade é que o dependente é internado em clinicas de recuperação ou comunidades terapêuticas passando em período de nove meses e depois retornando ao seu núcleo social, e ai que está o problema, voltando ao seu ambiente social doente (coodependencia) retorna todos os mecanismos da dependência química, que é a manipulação, chantagem, vitimização, perseguição e muito mais. O dependente recai voltando na maioria das vezes a usar mais drogas do que antes usava, e por quê? Basicamente porque as famílias não são tratadas e estão doentes, essa é uma conduta que temos que reavaliar, ou seja, tratar o todo, não isolando o dependente, trazendo sua família junto com o tratamento para que a mesma se estruture para saber relacionar com o dependente químico. É bom salientarmos que não existe ex-dependente, a dependência química é uma doença que o portador carregara por toda sua vida, o que temos que fazer é preparar o dependente para conviver controlando sua doença, através de fatores levando a uma vida saudável com isso afastando os fatores de risco como certos ambientes. Entre esses mecanismos de controle e prevenção estão práticas esportivas, tratamento psicológico (psicoterapia), grupos de apoio (AE, NA, AA) e espiritualidade. Outras atividades, a conscientização do dependente e da família é o caminho para a estruturação desse processo de tratamento e consequentimente prevenção. Fica comprovado que só clinicas de recuperação e comunidades terapêuticas não irão minimizar essa questão da dependência, o que temos que ter é um olhar global sobre a dependência química, dando com isso ao dependente oportunidade de inclusão social, não diminuindo suas possibilidades de recuperação e isso através desse trabalho articulado que é o envolvimento do dependente, sua família e núcleo social, oportunizando ao dependente químico condições para que ele se sinta fortalecido e confiante em sua recuperação, sendo ele o ator e agente principal da sua superação diante da doença, que se tornou um problema de toda sociedade sendo uma questão de saúde pública. José Magno Macedo Brasil, Psicólogo com Especialização em Abordagem em Psicanálise
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