Como sabemos os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs são os norteadores do Ensino no Brasil. Cada disciplina possui seus métodos, estes que estão especificados em cada PCN. No que se refere ao ensino de História, ele aponta que é necessário uma orientação metodológica buscando a formação crítica dos alunos, mas lembra que ainda há uma dicotomia entre universidade-escola, de acordo com os PCNs de História: “[...] O ensino e a aprendizagem de História envolvem uma distinção básica entre o saber histórico, como um campo de pesquisa e produção de conhecimento do domínio de especialistas, e o saber histórico escolar, como conhecimento produzido no espaço escolar [...]” (BRASIL, P. 29) Esse conhecimento produzido no espaço escolar está intimamente ligado a utilização dos livros didáticos, que muitas vezes são os únicos recursos utilizados pelos professores nas aulas, tornando-as muitas vezes as aulas pouco atrativas, fazendo com que os alunos enxerguem na disciplina um desprestigio frente às demais áreas do saber. Muitos profissionais formados nos últimos anos têm na sua prática docente um novo olhar acerca desta ferramenta pedagógica, de acordo com Alcides Freire Ramos e Rosangela Patriota: “[...]Hoje em dia, quando se pensa na formação de professores de História, a discussão crítica do livro didático apresenta-se como algo fundamental. Pelo menos nas melhores universidades, os futuros educadores não são mais encarados como meros repetidores acríticos de conteúdos. Eles são concebidos, essencialmente, como autores/produtores que, pelo fato de conhecerem os mais significativos debates historiográficos e as diversas técnicas de pesquisa, são capazes de compartilhar, de modo competente, esta experiência teórico-prática com seus alunos[...]” (RAMOS, & PATRIOTA, 2007, p.2) Assim sendo, devemos olhar o livro didático não como ferramenta única de um conhecimento pronto e acabado, mas um apoio que necessariamente será trabalhado de acordo com a formação dos profissionais em História, que deverá em suas aulas levar os alunos a uma melhor reflexão dos conteúdos destes livros e dos demais recursos que estarão sendo utilizados, de uma forma crítica voltada para a formação humana nos alunos, buscando sempre a compreensão dos fatos por meio de indagações, e não a repetições sem sentido. Por isso, cabe algumas questões: Qual a função social do Historiador nesse processo? Qual a melhor maneira de se ensinar ou se aprender História? O que deve ser ensinado aos nossos alunos e como? Tais considerações vêm não para responder às dúvidas, mas abrir mais lacunas nesse tema. Tendo em vista tais pressupostos, o professor deverá estar munido de um arsenal teórico metodológico que auxilie-o a pensar juntamente com seus alunos em cada conceito, compreendendo-os criticamente e historicamente, levando a turma a aprender a partir de situações que os mesmos partilham no dia a dia, sabemos porém que não são todos os que usam de métodos mais reflexivos, de acordo com a pesquisadora Joelma Maltez, “[...] O problema é que a maioria dos professores continua lecionando no molde tradicional. Centralizam as aulas em sua pessoa, empregam como recursos apenas o quadro, o livro didático e a voz, alem de não deixar explicito os objetivos de cada aula e o valor do conteúdo estudado. Permanecem trabalhando cronologicamente e avaliando de forma punitiva e classificatória turmas numerosas e heterogêneas [...]” ( MALTEZ, p. 1) Com isso, não se deve esquecer que os conteúdos ensinados em sala de aula, são criteriosamente selecionados, assim como na pesquisa, a seleção de determinados conteúdos para a sala de aula é fundamental para a compreensão do saber histórico que se vai lecionar. Existem algumas maneiras de se abordar determinados conteúdos em História (seja tradicional ou temático-questionador), uma vez que a disciplina como nos lembra Marc Bloch (2001, p. 44), “[...] possui gozos estéticos próprios que não se parecem com os de nenhuma outra disciplina [...]” assim, cabe aos professores a partir de tal perspectiva re pensar sua prática docente buscando sempre subsídios que possibilitem aos alunos uma melhor compreensão do ensino de História, explorando cada conteúdo e aplicando-o de forma reflexiva à sua realidade e transformará as monótonas aulas em algo dinâmico e bem mais interessante. E você, o que prefere? Abraços e Boas Reflexões.
Referências PCN, História. RAMOS, Alcides Freire & PATRIOTA, Rosangela. Linguagens Artísticas (Cinema e Teatro) e o ensino de História: Caminhos de Investigação. In. Fenix Revista de História e Estudos Culturais. Vol. 4, ano IV nº 4. 2007, p.2 MALTEZ, Joelma. O Ensino de História: desafios para superação do reprodutismo. p. 1 BLOCH, M. Introdução & Capítulo I: A História, os homens e o tempo. In: Apologia da História ou o Ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001, p 44.
Prof. Gilberto Abreu de Oliveira Blog. http://historiaemdebate.wordpress.com Leciona na Rede Municipal de Ensino e no Sistema Objetivo de Costa Rica MS
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