A necessidade da escola conhecer, saber e trabalhar com o disléxico se faz pela própria ideologia da “escola para todos”. Se o princípio “escola para todos”, não existe na prática, então podemos dizer que algo está acontecendo com, e dentro desta escola, que ela não está atendendo todas as camadas populares e nem mesmo toda a “clientela”. A educação democrática também na prática, não existe. Pois a educação, como tem sido desenvolvida atualmente não permite a promoção dos menos favorecidos senão em casos excepcionais. Nesse sentido, o tema abrange portadores de necessidades especiais, como também todos aqueles que tem dificuldades de aprendizagem, e também aqueles que nem sequer tem acesso à educação. Sabemos que muito poucos são os alunos vindos de lares pobres que conseguem superar a corrida de obstáculos da escola e chegar até a universidade. A insatisfação, por partes dos profissionais da educação, como a proposta de uma educação que, na prática, não existe advém de algumas décadas. Talvez só agora se passou esquematizar estratégias de intervenção, mas a reflexão dos mecanismos dessa educação existe já há algum tempo. Não basta apenas dar a oportunidade, é preciso repensar a metodologia, a didática, a postura em sala de aula para se trabalhar aqueles que têm dificuldades para acompanhar o processo de aquisição do conhecimento. Se o problema fosse a oportunidade, não haveria a potência discussão em torno dos alunos advindos de famílias de baixa renda como sendo os que mais têm dificuldades para transporem os objetos da educação. Mas essa é uma outra discussão que não faz parte preponderante deste trabalho.
O fato é que com o desconhecimento do aluno disléxico, a escola não está servindo à maioria, perdendo assim seu caráter de promotoria de uma educação democrática e de uma escola para todos. Se a escola não está cumprindo sua missão, ela precisa ser mudada e sua função na sociedade repensada. Nesse caso, fica oportuno mencionarmos outras questões envoltas de discussões na educação, como o currículo, a formação docente, o papel da escola e a relação didático-afetiva entre professor e aluno.
ELAINE ERICA PELLET
Pós graduando , no curso de Psicopedagogia da FIPAR , Faculdade Integrada de Paranaíba – MS.
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