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Ofício do historiador: A profissão diante da regulamentação
       Por Prof. Gilberto Abreu de Oliveira


“A função do Historiador não é amar o passado ou emancipar-se do passado, mas dominá-lo e entendê-lo como a chave para a compreensão do presente”.
(Edward Carr)

Um questão bastante pertinente em nossa sociedade é: qual a importância de se fazer história? Para que serve o trabalho dos historiadores ou professores de história? A idéia de um curso superior que vise a pesquisa e a prática docente, é fundamental para a formação de profissionais comprometidos, seja com a educação, ou com a memória histórica, sempre dialogando com o saber e o conhecimento. Pensar, refletir e pesquisar devem ser princípios básicos de um curso das Ciências Humanas, que vise o comprometimento do profissional com um lugar social.

Este texto vem num momento bastante animador para todos os graduados em História. Foi aprovado recentemente em uma das comissões do Senado Federal um projeto de lei que regulamenta o ofício de historiador (Projeto de lei 368/09 aprovado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal dia 10 de março de 2010, e na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania no dia 02 de março de 2011, exatos um ano depois da primeira aprovação). Tais projetos sempre estiverem em pauta, sendo bandeira de luta há anos da Associação Nacional de História - ANPUH, que percebia certo desprestigio da sociedade para com esses profissionais. O presidente nacional dessa entidade Durval Albuquerque em Carta Aberta a todos os associados, publicada no site da ANPUH, refere-se a esse momento como fundamental e estratégico, pois “a aprovação mostra a força da nossa mobilização”.

Tal aprovação abre inúmeros caminhos para os formados nessa área tão específica e cheia de ‘incertezas e inquietudes’. Muitos questionam a validade desse profissional em nossa sociedade. Para que serve um historiador, o que faz, o que produz? De fato muitos tem uma visão oficial do historiador como um ‘escrivão de prosa’ responsável pela narração de toda uma história, linear progressista e total da sociedade.
Ser historiador e professor de História é de fato prazeroso, pois nossa função não é apenas narrar, mas problematizar os inúmeros discursos pertinentes a essas narrativas históricas que permeiam a sociedade. Grosso modo, ser historiador é tocar nas feridas que muitas vezes continuam a doer, e estão lá abertas à discussão, esperando que os historiadores com seus “métodos curativos” proporcionem uma discussão crítica e voltada para uma formação sólida, muitas vezes deixada de lado, pois de acordo com o projeto de lei além do magistério nas séries da educação básica, cabe ao historiador: “planejamento, organização, implantação e direção de serviços de pesquisa histórica; além do assessoramento, organização, implantação e direção de serviços de documentação e informação histórica”;

Mas o que vêm a significar essa regulamentação? De acordo com o Informativo de número cinco da ANPUH nacional, enviado por email no ano de 2010, tal aprovação “significa definir legalmente os contornos do exercício da profissão, fixando requisitos para que esse exercício se faça, precisar as competências e as habilidades que o profissional deve ter para exercer uma dada profissão, ou seja, regulamentar significa dar estatuto legal a uma profissão, significa o Estado reconhecer a sua existência e, portanto, dar uma identidade jurídica e publica aos exercício de uma dada profissão. Regulamentar, em síntese, significa passar a existir de fato e de direito como profissional”

A partir de tais posicionamentos, devemos nós, profissionais em História pensar nosso papel social, no caráter formativo que esse ofício passa a ter de fato, com uma legitimidade que como nos diz Marc Bloch (2001, p.44) é proporcionada por meio de “gozos estéticos próprios que não se comparam aos de nenhuma outra”, pois tal ofício pauta-se em conceitos que exigem uma formação específica que possibilitará ao profissional uma visão rica em possibilidades de uma sociedade como a nossa.
Enfim, o momento é de expectativas positivas em relação a essa questão. Ser historiador no Brasil de hoje, um ano após a aprovação na primeira comissão, passa a significa proporcionar aos historiadores uma existência de fato e de direito, sendo sempre um formador de opinião, de idéias, de conceitos, pautado em debates e leituras que inspiram tais profissionais em seus trabalhos e análises.

Esperamos agora que a Comissão de Educação, aprove o projeto que será encaminhado para discussão na Câmara dos Deputados. Assim, esperamos ansiosos pela aprovação dessa proposta, uma vez que são anos de luta sendo que dessa vez não tal fato representará um marco na história desta profissão marcada insistentemente pelas ações dos homens no tempo.

Abraços e boas Reflexões.

Referências:
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz. Carta Aberta às Seções Regionais, aos Sócios e aos Historiadores: Vencemos a Primeira Batalha! ANPUH, 2010.
BLOCH, M. Apologia da História ou o Ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
Obs. Os Informativos da ANPUH são publicações veiculadas por meio de correio eletrônico. Maiores informações vale consultar: www.anpuh.org


Prof. Gilberto Abreu de Oliveira
Graduado em História pela FAVA - Cassilândia

 
   
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