Continuamos vendo a violência crescendo de forma assustadora e progressiva, vivemos um momento no País de insegurança e impotência diante de nossa realidade social, falta de planejamento social dos governos e isso gera consequentemente o aumento do descrédito e de violência em âmbito geral.

Como não temos programas preventivos que tratem dessa compulsão social, vamos aumentando nossas dificuldades em relação à segurança pública, são uma série de fatores que envolvem essa questão, mas a que mais nos preocupa é a desigualdade de renda que gera a falta de oportunidades efeito dominó que acaba infelizmente no quadro de violência que os país vive.

Com essa demanda enorme de problemas chegamos ao fim desse projeto que são as penitenciárias, é aonde infelizmente desemboca o material saturado de todo esse processo acima descrito. Relação de causa e efeito é implacável, o nosso sistema penitenciário acaba refletindo de maneira explicita essa decadência social, temos verdadeiros depósitos de pessoas chamadas de presidiários, lugares em que os indivíduos aprendem a não respeitar a dignidade humana, misturam pessoas com verdadeiros professores do crime.

E como estamos preocupados em recuperar essas pessoas, se temos toda essa estrutura de sistema penitenciário? Claro que não temos políticos públicos nesse segmento prisional, é uma questão tratada com indiferença pelos responsáveis, o tempo passou, me formei há 20 anos atrás e comecei a trabalhar como psicólogo no DSP (Departamento do Sistema Penitenciário) e de lá pra cá só houve atraso nesta questão. Nossos presídios lotados sem um programa que possa ocupar o preso, para que ele não se contamine com os vícios do sistema, trabalhar, estudar, conscientizar, etc. É o melhor caminho, tentar resgatar o indivíduo para a sociedade é melhor que temos modelos prisionais arcaicos e falidos, que na verdade o que fazem é marginalizar e excluir o preso, como se ele fosse o que sobrou de um contexto social (lixo), que nós fomos e somos (sociedade) responsáveis pela origem de todo esse cenário social.

Dr. José Magno Macedo Brasil,
Psicólogo com Especialização em Abordagem em Psicanálise