Chegamos a um momento crítico em relação à violência e suas ramificações no Brasil, a escala da violência é progressiva, presenciamos de maneira impotente todo esse cenário e não podemos fazer nada a essa situação foi desencadeada por quê? Não adianta olharmos só o efeito dessa crise, só a ponta do iceberg, a questão é muito mais complexa que imaginamos, é muito fácil fazermos uma amostra superficial do quadro e deixamos de lado tudo que nos levou a essa situação.

Quando falamos em violência, não podemos deixar de questionar o que é feito pelos governos para que a população possa viver numa realidade de igualdade e oportunidades, o que é feito para que isso melhore, não temos um país que dá a população perspectivas de viver no Brasil uma possibilidade de melhora de qualidade de vida tanto quantitativa quanto qualitativa tendo como o contexto no país a falta de oportunidades, empregos, uma educação precária, desigualdade de renda e isso geram uma atmosfera de descrença e ai começa a violência de forma mais real, sem falar em um país aonde a impunidade, a corrupção, a falta de compromisso da classe política, essa classe que vive de interesses próprios e de barganhas políticas, uma classe desacreditada, incompetente e corruptiva e isso que nos fala o dia-a-dia dos noticiários.

E com todo esse quadro acima, se instala a violência e por quê? Porque infelizmente perdemos a direção da situação, temos a sensação que se instalou um clima de descrédito, temos que nos preocupar em ter um país digno, aonde a ética (moral), seja promovida, assim como instituições como família, religião e comunidade. Com isso teremos a possibilidade de reforçar e incentivar valores e princípios que são referências para a população, dando condições aos jovens e sociedade e em geral de ter exemplos e suporte para fortalecer a sociedade e suas instituições.

Falamos em toque de recolher como opção para resolver essas questões acima. Pensemos nisso: toque de recolher até quando? Senão fortalecermos as instituições, senão tivermos um país mais justo e igualitário, medidas sócio-educativas, toda essa questão tem que ser analisadas, fica claro que toque de recolher é uma medida emergencial e paliativa, o problema é muito maior que podemos imaginar é uma situação crônica, toda essa questão da violência é um problema social, ou seja, está na base (família, valores, religião, etc.). O que precisamos é um país igualitário, honesto e fraternal.

Não adianta jogarmos a sujeira para debaixo do tapete. Negar que vivemos uma crise moral e que isso reflete na nossa realidade social, enquanto não tivermos planejamento e programas sociais estruturados para ser o alicerce da população (estimular programas como música, esporte, artes em geral, religiosidade, etc.) e uma classe política que veja os interesses sociais e não pessoais demonstrando vergonha na cara estaremos precisando de toque de recolher.

Toque de recolher é igual represa, você prende o fluxo da água até quando? Negaremos essa situação social até quando? Pensemos que está em nossa postura comprometimento e envolvimento mudanças dessa realidade.
Que façamos fazer valer valores dignos e conscientes socialmente, recharsando, hipocrisia e descompromisso social, que possamos despertar um país mais justo que com certeza diminuiremos todo esse contexto social, triste em que vivemos.

José Magno Macedo Brasil,
Psicólogo com Especialização em Abordagem em Psicanálise