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Entrevistas
05/05/2020
IBGE dá início à pesquisa sobre a Covid-19 com entrevistas por telefone

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou, nesta segunda-feira (4), a realizar a coleta de informações para a versão especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) com foco na pandemia do novo coronavírus.
 
Batizada de Pnad Covid, a pesquisa vai investigar a ocorrência da Covid-19 entre os brasileiros e os reflexos da doença no mercado de trabalho.
 
Segundo o IBGE, o levantamento será feito, exclusivamente por telefone, junto a 193,6 mil domicílios distribuídos em 3.364 municípios do país.
 
A amostra da pesquisa foi retirada da base de 211 mil domicílios que participaram da PNAD Contínua no primeiro trimestre de 2019, sendo selecionados aqueles com número de telefone cadastrado.
 
De acordo com o IBGE, as entrevistas duram, em média, 10 minutos. Quem receber a ligação pode confirmar a identidade do entrevistador por meio do site Respondendo ao IBGE ou do telefone 0800 721 8181 – basta informar matrícula, RG ou CPF do entrevistador.
 
Divulgação semanal dos resultados
Segundo o IBGE, os primeiros resultados da Pnad Covid deverão ser divulgados ainda em maio. O objetivo é fazer divulgações semanais, sem às sextas-feiras.
 
“Essa pesquisa nasce da necessidade de se obter informações mais rápidas sobre o impacto da pandemia no mercado de trabalho e, também, para nutrir o Ministério da Saúde com as informações sobre a ocorrência de sintomas de síndrome respiratória entre a população”, destacou a gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.
 
A pesquisadora ressaltou que nas divulgações semanais serão apresentados os dados gerais para Brasil e grandes regiões. As informações para cada estado da federação serão consolidadas nas divulgações mensais.
 
A princípio, segundo Maria Lúcia Vieira, a Pnad Covid será realizada nos meses de maio, junho e julho com os mesmos 193,6 mil domicílios.
 
“A gente quer ver a evolução da ocorrência dos sintomas de síndrome respiratória e as possíveis alterações em relação à ocupação no mercado de trabalho ao longo desses três meses”, apontou.
 
A gerente da pesquisa destacou, ainda, que se houver necessidade, o questionário da pesquisa será atualizado após o primeiro mês de coleta. Ao todo, o questionário possui 40 questões que devem ser respondidas considerando todos os moradores do domicílio.
 
Foco na saúde
 
Um dos principais objetivos da Pnad Covid é identificar a quantidade de brasileiros que apresentaram sintomas relacionados à Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, e que são comuns a outras síndromes respiratórias, como a gripe, por exemplo.
 
“Nosso objetivo não é dar diagnóstico [da Covid-19], mas identificar a quantidade de pessoas que tiveram sintomas da doença. A recomendação das autoridades de saúde é para que a população só procure o sistema de saúde em caso de sintomas graves, então a pesquisa vai tentar identificar aquelas pessoas que tiveram sintomas, mas não procuraram a rede de saúde”, destacou a gerente da pesquisa.
 
Os sintomas que serão investigados pelo IBGE são febre, tosse, dificuldade de respirar, falta de paladar e olfato, fadiga, náusea e coriza.
 
Segundo Maria Lúcia, será possível saber qual parcela da população não procurou atendimento no sistema de saúde e como tratou os sintomas. Entre os que buscaram a rede, será possível saber qual parcela precisou de internação e quantos destes, por exemplo, precisou ser entubado ou fazer uso de respirador mecânico.
 
Mercado de trabalho
 
O outro principal objetivo da Pnad Covid é acompanhar as mudanças no mercado de trabalho. Através do levantamento o IBGE espera dimensionar, por exemplo, quantas pessoas passaram a desempenhar suas atividades remotamente, através do chamado home office.
 
A pesquisa irá apontar, também, eventuais variações de rendimento além da habitual taxa de desocupação, que reflete o desemprego no país.
 
“É possível que durante a pandemia a desocupação caia, já que é comum que em situações como essas as pessoas deixem de procurar por trabalho”, apontou Maria Lúcia Vieira.
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