28/02/2010
Padre Paulo se mostrou preocupado com os jovens
Depois de três anos a frente da Igreja Matriz de Santo Antônio, o Padre Paulo Roberto foi transferido para São Paulo. Em seu lugar assumiu o Fabrico Pinheiro, vindo da cidade de Alcinópolis/MS. Padre Paulo recebeu o Hora da Notícia e falou do seu trabalho em Costa Rica, considerou como um desafio: “acrescentou muito na minha vida, quanto maior o desafio, maior é o crescimento da pessoa”- observou.
Ele era responsável em atender dezoito comunidades rurais, algumas distantes com celebração de missa uma vez por mês, nas mais próximas as missas acontecem uma vez por semana. Seus maiores desafios, segundo ele, foram coordenar a realização de seis festas religiosas no município, pastorais e serviços prestados a comunidade. Simples, de fala tranqüila e sintonia com Deus, o padre acredita que a serenidade para ajudar os fiéis que o procuram na igreja para aconselhamento em momentos difíceis se deve ao fato dele ter sido ordenado padre no dia do Bom Pastor, há quatorze anos atrás. Padre Paulo foi o responsável pela conclusão da Igreja de Nossa Senhora da Aparecida, localizada no Bairro Vale do Amanhecer, uma igreja moderna, onde foram empregados materiais de primeira linha em um bairro considerado carente, conforme disse o padre. O Pastor ressaltou que a Igreja vai trazer dignidade aquelas pessoas que moram no local, uma vez que elas são parte da sociedade e não podem ser excluídas. “Estamos organizando para resgatar a dignidade das pessoas que vivem no bairro”. O padre observou que na diocese não há uma Igreja com as características da construída no vale. Ele citou o festival de música realizado no ano passado no bairro, como sendo algo novo: “isso valorizou as pessoas, foi uma coisa nova”. A intenção é aos poucos motivar as pessoas e fazer com que elas participem da Igreja e exerçam sua cidadania. Durante os três anos que esteve à frente da Igreja em Costa Rica fundou duas comunidades rurais: a de São Pedro, localizada no Morro Alto e a comunidade de São Domingos, as duas distantes da cidade, mas com um grande numero de fies que se reúnem para as missas. As estradas que levam a essas comunidades é um grande desafio principalmente em épocas de chuva, algumas estão localizadas a 65km de distancia da sede da Igreja, esse é o caso da localizada conhecida como “Curralinho”. O padre narra que os momentos mais marcantes durante sua permanência a frente da igreja em Costa Rica foi o atendimento as pessoas com algum tipo de sofrimento, “precisei levar o conforto”. Ele fez questão de ressaltar que esse é o trabalho do Bom Pastor, que ele acredita e tem fé: “fui ordenado no dia do Bom Pastor, ele me dá sabedoria”. Ele acrescenta que deve ir em busca das ovelhas que estão sofrendo, precisa levar algo para que essa possa se restaure. Padre Paulo como é conhecido pelo fiéis, se alegra quando fala da viagem que fez a Itália no ano passado: “essa foi a experiência mais gratificante que eu tive”. Foram dias de visitas a cidades consideradas históricas onde pudemos conhecer um pouco da nossa religião. A Itália é o berço do catolicismo, estivemos em Roma, visitamos o Vaticano é tive a oportunidade de ver o Papa em três oportunidades, uma delas durante a celebração na Praça de São Pedro, ele estava no Papa Móvel. Ele visitou a cidade de Santo Antônio onde está sepultado o padroeiro de Costa Rica. O padre se mostra preocupado com os jovens fora da igreja: “o jovem é o maior desafio para a Igreja hoje, nos não estamos conseguindo chegar até eles”, disse. Ele ressaltou que o número de jovens que está fora da igreja é muito maior que os que estão participando e atribui esse fato a comunicação social através da internet, os jogos, antes não tínhamos nada disso. A Igreja não acompanhou essa evolução, “não estamos falando a língua deles”. O desafio da Igreja é apresentar uma proposta diferente que traga a juventude para dentro da Igreja. A família perdeu referências, valores. A Igreja, família e Estado eram as referências, hoje os pais mandam as crianças para a escola e acham que ela deve aprender tudo, mas não é assim, precisam despertar algo novo, essa é a missão dessas entidades que tem dificuldades de falar a língua do jovem, é preciso achar um novo canal de comunicação. Hora da Notícia
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