O governo federal começa a estudar uma proposta de piso salarial a ser apresentada aos agentes comunitários de saúde, logo depois do dia 14 de agosto, quando espera ter solucionado pendências com outras categorias do serviço público que se encontram em greve. Durante reunião com representantes da Confederação Nacional de Agentes Comunitários de Saúde, o ministro Alexandre Padilha garantiu que na próxima semana inicia a interlocução com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para discutir o pleito da categoria.
Durante a reunião articulada pelo presidente da Comissão de Seguridade Social e Família, deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM/MS) e acompanhada por mais duas dezenas de deputados, da Frente suprapartidária pela saúde, o ministro esfriou o ânimo dos representantes dos ACS ao informar que ainda não estão concluídos os estudos sobre os impactos financeiros para edição de uma Medida Provisória estabelecendo uma política de salários para a categoria. Segundo o ministro, a causa do atraso seria a sequência de greve de servidores públicos federais cujas negociações envolvem o ministério do Planejamento e das Relações Institucionais.
Segundo Padilha, não haverá uma proposta do Ministério da Saúde, mas sim uma proposta do governo que será amadurecida como proposta que possa ser viabilizada. Ele descartou a inclusão do pleito dos ACS no restante da negociação do movimento grevista “Não queremos que o movimento de greve se perpetue. Nós vamos construir uma proposta que é de governo, sei que temos prazos para cumprir e não queremos que o impasse continue”, disse o ministro. O deputado Mandetta elogiou o comportamento conciliador do movimento dos ACS, porém alertou que a candura e lealdade demonstrada pela categoria ao longo do período de negociações também está chegando ao seu limite de prazo de validade. “Uma greve seria extremamente penosa para todos, mesmo porque é totalmente desnecessária uma greve por negociação”, ponderou. Na presidência da Comissão de Seguridade Social e Família, Mandetta disse que vai encaminhar um documento dirigido ao ministério da saúde e à Confederação Nacional dos Municípios informando o total apoio dos parlamentares à categoria, designando ainda parlamentares para fazer parte da mesa de negociações.
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