Em reunião do Conselho Político da CNM nesta quarta-feira, 5 de setembro, alguns presidentes de entidades estaduais confirmaram o atual cenário de crise financeira nos Municípios do país. Os dirigentes se reuníram com o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, e manifestaram preocupação com a redução no arrecadação de receitas e com os Restos a Pagar de obras em andamento.
O presidente da Federação Goiana de Municípios (FGM), Gilmar Alves, lamentou o suicídio de um colega, então prefeito de Nova Aurora, em Goiás. “As dificuldades na arrecadação e gestão levou o prefeito ao desespero”, contou. Ziulkoski reforçou a preocupação dos gestores municipais. “Esse é um ano atípico. É final de mandato e esses problemas são mais graves neste período”, explicou o presidente.
Entre as dificuldades mencionadas pelos líderes municipalistas estão: os Restos a Pagar, a renúncia fiscal do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), o impacto do Piso dos Professores e do salário mínimo, a omissão do governo federal no financiamento da saúde e o subfinanciamento dos programas federais.
Alertas Para o presidente da Associação Tocantinense de Municípios (ATM), Manoel Silvino, mais mobilizações devem ocorrer ainda este ano. “Precisamos convencer o governo da vala onde os Municípios foram colocados”, defende. O também líder estadual, presidente da (Fecam), Douglas Warmling, disse: “Eu não sei mais como salvar as nossas contas”. “Na Marcha, em maio, eu já afirmava que boa parte dos prefeitos deixaria Restos a Pagar e seriam ficha suja no final do mandato”, lamentou Paulo Ziulkoski. O presidente da Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste Baiano (Amurc), Cláudio Dourado, completou: “Não vai haver cadeia pra tanto prefeito e vamos pagar injustamente”.
Deliberações A discussão sobre a situação dos Municípios durou toda a manhã. A tarde, os dirigentes seriam recebidos pela ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, em uma audiência. Porém, a assessoria da ministra adiou o encontro. Os prefeitos, em resposta, elaboraram e assinaram uma nota que deve ser entregue no Palácio do Planalto, às 15 horas.
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