O réu Luiz Henrique Romão, o Macarrão, 27, amigo de infância e ex-braço-direito do goleiro Bruno Souza, foi condenado nesta sexta-feira (23), pelo Tribunal do Júri de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), a 15 anos pelo sequestro, cárcere privado e morte da modelo Eliza Samudio, ex-amante do atleta, além do sequestro e cárcere de seu filho Bruninho. Ele foi inocentado da acusação de ocultação do cadáver. Ainda de acordo com o Ministério Público, Eliza e o bebê foram para Minas na Land Rover, dirigida por Macarrão, junto com Jorge, enquanto Bruno foi com Fernanda em uma BMW. Ao chegarem na Grande Belo Horizonte, eles se hospedaram em um motel no município de Contagem. Macarrão, Jorge e Eliza chegaram antes. Bruno e Fernanda foram buscar outro primo do goleiro, Sérgio Rosa Salles, e se dirigiram para o motel.
No dia seguinte, domingo, 6 de junho, todos foram a um jogo de futebol do time 100%, patrocinado por Bruno, em Ribeirão das Neves. Eliza não. Ela foi levada por Macarrão ao sítio do goleiro em Esmeraldas (região metropolitana de Belo Horizonte), onde foi mantida em cárcere privado até quinta-feira, 10 de junho.
Nesta data, Macarrão, Jorge e Sérgio a levaram até um local situado perto da Toca da Raposa, centro de treinamento do Cruzeiro na região da Pampulha, em Belo Horizonte. No local, aguardava eles, em uma moto, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que os guiou até a casa dele em Vespasiano (região metropolitana de Belo Horizonte), onde Eliza foi morta por estrangulamento. Seus restos mortais, segundo a Promotoria, foram destruídos.
Bola teria se recusado a matar a criança, o que obrigou Macarrão a procurar Dayanne de Souza, ex-mulher de Bruno, para arrumar um destino ao bebê. Ela ficou com a criança por alguns dias no sítio em Esmeraldas, até entregá-la a vizinhos de Bruno no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves --Bruninho foi encontrado pelo dias depois, em uma casa do bairro. Macarrão está recluso desde julho de 2010 na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem. Fernanda chegou a ser presa em agosto de 2010, mas ganhou a liberdade em dezembro do mesmo ano e, desde então, responde em liberdade.
O júri de Bruno, Bola e Dayanne foi desmembrado e adiado para 4 de março de 2013. Outros réus do caso, Wemerson Marques de Souza, amigo de Bruno, e Elenílson Vítor da Silva, o Coxinha, ex-caseiro do sítio do goleiro, também irão a júri, sem data definida.
Na sua sentença, Marixa Fabiane escreveu que "após a análise de todo o contexto probatório na fase de inquérito policial e em juízo, com base pericial, documental e testemunhal, por ocasião da instrução do processo, externei meu convencimento de que materialidade do crime estava comprovada pela prova indireta que Eliza Samudio, de fato, foi morta".
Marixa continua: "No entanto, alguns dos advogados, no exercício legítimo da defesa, semearam de forma exitosa a dúvida na mente de milhares de pessoas, ao longo de dois anos e cinco meses, que questionavam-se se de fato Eliza Samudio estava realmente morta. Tenho que a admissão do réu Luiz Henrique, que realmente levou Eliza Samudio para o encontro com a morte, foi de extrema relevância para tirar do Conselho de Sentença qualquer dúvida sobre a materialidade do crime de homicídio".
Sobre a confissão de Macarrão, a juíza escreveu que "prestigio sua confissão em plenário para a redução da pena [do crime de homicídio] para o mínimo legal (12 anos)". |