Da localidade de Cantina (município de Costa Rica), passando por Chapadão do Sul, até Cassilândia, 143,4 quilômetros da MS-306 que até algum tempo atrás eram quase intransitáveis estão agora com novo pavimento e totalmente sinalizados. Executada com recursos próprios do Estado no valor de R$ 38,6 milhões, a obra incluiu a restauração total do pavimento, revertendo as más condições de tráfego e de segurança da rodovia.
O governador André Puccinelli inaugurou oficialmente a reforma nesta quinta-feira (6) e anunciou aos prefeitos e empresários o início de uma pavimentação que vem sendo solicitada por eles, a da MS-112, no trecho Cassilândia-Inocência. A obra deve começar por volta do mês de abril, depois das chuvas de verão.
Na cerimônia inaugural, às margens da MS-306, André Puccinelli afirmou que na primeira fase do plano estadual de melhoria das rodovias, os investimentos foram destinados às estradas mais críticas, e que agora o foco são as intermediárias. De Campo Grande a Rochedo, por exemplo, eram quatro horas para fazer 78 quilômetros. De Água Clara a Inocência também estava péssimo, e havia outras. Então fizemos um projeto em que a prioridade foram as piores. Queremos agora com o programa previsto para começar em março fazer todas as outras recuperações”. Além do restauro, a soma de asfalto novo já chega a cerca de 1.000 quilômetros.
No lote de novos investimentos está a pavimentação da MS-112, na ligação de Cassilândia a Inocência. Puccinelli assegurou que até o fim de 2014 vai entregar a obra concluída. “Devemos iniciar no máximo até o fim de abril de 2013”, explicou. A rodovia é a mesma que já teve a pavimentação feita pelo governo no trecho Inocência-Três Lagoas, uma antiga demanda dos produtores rurais da região.
Para quem administra e para quem investe nas cidades das regiões Norte e Bolsão, intervenções como essas fazem a diferença nos projetos de desenvolvimento. Dono de um negócio que representa investimento de R$ 2 bilhões entre 2012 e 2020 no beneficiamento de borracha em Cassilândia, o empresário da Cautex, Getúlio Ferreira Junior, disse que a infraestrutura é essencial para o projeto. A usina de beneficiamento vai gerar dois mil empregos diretos e outros 4.500 surgirão ao longo de sete anos na área rural, por conta do cultivo da seringueira. A produção precisará rodar pelas estradas em direção a outros municípios de Mato Grosso do Sul e para o Sudeste, para ser exportada. “É fundamental”, resumiu, sobre a recuperação da MS-306.
Com uma indústria de laticínio em plena operação ao lado da MS-306, o empresário Luiz Borges percebeu a diferença que faz trafegar na estrada restaurada. “Daqui para Chapadão do Sul, a gente tinha problema com caminhão que quebrava molas, quebrava roda, era uma perda de tempo muito grande. Levávamos, às vezes duas horas e meia, três, até lá. Isso quando não ficava quebrado na estrada”, contou. A unidade industrial – a LaBorges - recebe matéria-prima de produtores de Cassilândia, Paranaíba e Inocência e vende o leite nessa região e também em municípios das divisas de Goiás e São Paulo.
Inaugurada recentemente, a indústria de refrigerantes Saboraki é outra grande empresa que aposta nas novas condições das estradas para o negócio continuar prosperando. O proprietário, Francisco Venturini, conta que uma parte da produção gira no próprio Bolsão e três quartos são distribuídos para o restante do Estado, em municípios como Coxim e Campo Grande. “Nós atuamos num raio de 500 quilômetros. A rodovia em boas condições é essencial. Quanto mais a malha rodoviária estiver boa, melhor para quem produz, para fazer a logística de transporte. Estamos muito felizes mesmo [com a restauração da MS-306]”.
O empresário diz que não considera nem como custo indireto e sim custo direto o impacto da via para transporte. “A estrada boa é menos custo de deslocamento, menos risco de quebra e de acidente. Isso tem reflexo no custo de seguro e até no custo dos encargos trabalhistas”, elenca.
O prefeito de Cassilândia, Carlos Augusto da Silva, afirmou que o município passa por novos tempos e que a chegada de empresas de grande porte no ramo industrial traz entusiasmo. Apontando que os incentivos e o suporte dados pelo governo são essenciais para essa nova realidade, ele resumiu as ações da atual administração e as parcerias com a Prefeitura como um divisor de águas na história da cidade. “Nós temos a Cassilândia antes do governador André Puccinelli e a Cassilândia depois dele”.
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