A perícia criminal de Mato Grosso do Sul agoniza. Aproximadamente R$ 2 milhões em equipamentos estão encaixotados ou não podem ser usados pois não há material de reposição. O serviço é um marco na história criminal pois eleva o índice de resolução de casos simples a complexos, e hoje, dispõe de tecnologia avançada. Mas no Estado, a perícia está na “idade da pedra”, define o promotor de Justiça, Sérgio Harfouche.
O Correio do Estado entrevistou profissionais que lidam e precisam do trabalho da perícia, como delegados de polícia, promotores, associações de policiais e Ministério Público, os próprios peritos mas, poucos concordaram em ser identificados na reportagem. A questão da perícia criminal passou da esfera técnica para a política. A manutenção de fontes em off deve-se ao temor destes profissionais em não se comprometer com críticas ao serviço – temendo represálias – mesmo convivendo com as deficiências dele.
Os equipamentos encaixotados estão no chão de uma das poucas salas do prédio da Coordenadoria Geral de Perícias, com sede em Campo Grande. São dois cromatógrafos, um gasoso e um líquido, enviados em 2010 pelo Ministério da Justiça ao Estado. À época, o Governo Federal mandou os equipamentos para vários estados do Brasil, entre eles, MS.
Para se ter uma ideia da importância do cromatógrafo gasoso para uma investigação criminal, todas as amostras de substâncias consideradas entorpecentes apreendidas no Estado precisam ter laudo emitido confirmando seu conteúdo, caso contrário, aquelas pessoas presas por tráfico de drogas podem ser soltas alegando falta de provas para manutenção da prisão. Correio do Estado |