Imagem do café da presidência destinado somente a vereadores Em março de 2013 muita gente se indignou com a matéria do Midiamax revelando que as sessões da Câmara eram regadas a vários tipos de água, inclusive a de coco. Os vereadores, porém, nem se importaram. Talvez, por entenderem que as “simples” taças com água de coco, muitas vezes desperdiçadas nas mesas do plenário, pouco representavam diante do café servido aos parlamentares diariamente na sala de reuniões da presidência. O contrato com a padaria em região nobre de Campo Grande, a Panificadora Tietê, é de R$ 76.647,50 e foi feito por meio de convite. Ele obriga a panificadora a servir lanches uma vez ao dia, sempre às 7 horas, e com uma hora de antecedência nos eventos do período noturno, quando solicitado pela Câmara. No cardápio do café há vários produtos que não chegam à mesa de muitos trabalhadores, que tiram do salário de R$ 678 o trocado para comprar pão. Já na Câmara, com salário de R$ 15.031,00, os vereadores não precisam gastar nenhum centavo para degustarem um café que tem no cardápio os seguintes alimentos: água de coco, iogurte, granola, frutas, salgados, sucos, salada de frutas, bolo caseiro com cobertura, café expresso, capuccino, refrigerante, pão recheado, pão de centeio, queijo, tortas doces e salgadas e cuca. O cardápio é escolhido diariamente pela presidência, que faz um rodízio dos alimentos. No contrato de mais de R$ 76 mil, fechado pela Câmara com a panificadora, não há informações sobre o cardápio, que a reportagem teve acesso por meio de entrevistas com servidores. Porém, um orçamento feito na mesma panificadora traz preocupação quanto ao valor do contrato. Um café na mesma panificadora, com seis salgados, dois sanduíches mini-sírio, 300 gramas de bolo caseiro, carolina de chocolate, suco de laranja e frutas diversas custa R$ 13,50 por pessoa. O valor de R$ 76.647,50 do contrato dos vereadores, dividido pelo preço do café orçado, daria para servir café para 5.677 pessoas na Câmara. As sessões na Casa são realizadas três vezes na semana. Multiplicando-se o número de vereadores, 29, por 12, que é o número de dias em que os vereadores devem comparecer na Casa no mês, eles precisariam servir 348 cafés, que custariam R$ 4.698,00. As contas revelam uma diferença gritante entre o valor gasto e a economia que poderia ser feita. A diferença entre o que é pago, R$ 9.580,93 mensais, e o que poderia ser pago, é de R$ 4.882,93. No ano passado, na gestão de Paulo Siufi (PMDB), os 21 vereadores gastavam R$ 3,6 mil com café. Neste ano, na gestão de Mário César (PMDB), com 29 vereadores, o valor é de, aproximadamente, R$ 9 mil. Midiamax |