O casal de PMs em imagem publicada na página pessoal de Andreia em rede social Reprodução / Faceboo O garoto de 13 anos suspeito de ter matado os pais, a tia e a avó materna em Brasilândia, zona norte de São Paulo, disse ao melhor amigo que sonhava ser matador de aluguel e matar os pais, informou nesta terça-feira a Polícia Civil de São Paulo. A polícia ressaltou que o inquérito da morte da família ainda não foi concluído, mas afirmou que ‘tudo leva a crer’ que o estudante Marcelo Eduardo Pesseghini, de 13 anos, foi o autor do crime. Segundo o delegado divisionário de homicídios da Polícia Civil de São Paulo, Itagiba Franco, há uma série de indícios que apontam o garoto como o responsável pelo assassinato dos pais, da tia e da avó. A família, no entanto, não acredita da suspeita da polícia. Parentes dizem que a família era unida e não tinha histórico de desavenças. As mortes aconteceram na madrugada de segunda-feira. Depois de supostamente matar os pais — o sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini e a mulher dele, cabo da PM Andreia Regina Bovo Pesseghini —, a avó materna, Benedita de Oliveira Bovo, de 67 anos; e a tia da PM, Bernadete Oliveira da Silva, de 55 anos; o adolescente teria se matado, segundo a polícia. Os corpos do jovem e de seus quatro familiares foram encontrados em duas casas no mesmo terreno. A polícia informou que o garoto, após cometer os crimes, teria ido à escola e, depois, tirado a própria vida.
De acordo com o delegado Itagiba Franco, depoimento dado à polícia pelo melhor amigo do jovem aponta que ele já planejava assassinar os pais.
— O melhor amigo dele deu o seguinte depoimento: ‘Ele sempre me chamou para fugir de casa, alegando que tinha o sonho de ser um matador de aluguel. E tinha o plano de matar os pais e sair com o carro’ — relatou o delegado Franco.
Segundo Franco, no dia posterior ao crime, uma professora da escola em que o jovem estudava contou à Polícia Civil que ele a questionou sobre se ela já havia atingido os pais dela e dirigido um carro quando ela era menor de idade.
O veículo da mãe do jovem, a cabo Andrea Regina Pesseghini, foi encontrado na madrugada de segunda-feira próximo à escola. As câmeras de segurança da região mostraram que o veículo foi estacionado no local às 1h15. O delegado afirmou que as câmeras flagraram o jovem saindo do veículo na manhã de segunda-feira.
— As imagens mostram que o carro parou na rua, ficou parado no local e uma pessoa desceu do banco do motorista, e passou em frente à câmera. O amigo reconheceu que era Marcelo Eduardo — disse o delegado.
Segundo a polícia, o exame residuográfico feito no corpo do garoto deu resultado negativo. Contudo, para o delegado, muitas vezes o teste dá negativo em virtude das condições da pólvora e da arma. Ele lembrou que o inquérito ainda não foi concluído. No entender da Polícia Civil, até o momento está descartada a participação de uma segunda pessoa no crime. De acordo com Franco, os assassinatos foram cometidos à queima-roupa.
— Desde o primeiro momento eu senti que alguma coisa não estava batendo, que não era um homicídio usual. Se houvesse o envolvimento de facções, teria havido submissão das vítimas e elas teriam acordado. E, aparentemente, isso não ocorreu — disse o delegado.
Itagiba Franco afirmou que os corpos do sargento Luís Marcelo Pesseghini e da cabo Andrea Regina Pesseghini foram encontrados na sala, assim como o corpo do garoto. O pai foi achado numa posição que aparentava estar dormindo quando foi atingido pelo tiro. A mãe estava em posição de submissão e de joelhos. Uma arma de fogo foi encontrada embaixo do corpo do jovem, na mão esquerda dele. Segundo a polícia, os familiares das vítimas disseram que o garoto era canhoto. De acordo com o delegado, a tia e a avó do jovem moravam na casa ao lado da residência do adolescente. A polícia encontrou elas numa posição em que aparentavam estar dormindo. |