Na luta por questões como o Plano Nacional de Educação, por uma educação pública que respeite a sua pluralidade e diversidade a FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), com o apoio do SIMTED (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação), abriu nesta quinta-feira (26) os trabalhos da sua 6ª Conferência Estadual de Educação “Oziel Gabriel” – FETEMS cada vez mais forte na luta pelo Plano Nacional de Educação (PNE), no município de Aparecida do Taboado.
A cerimônia de abertura da Conferência reuniu lideranças sindicais nacionais, estaduais, políticas e mais de 700 trabalhadores em educação de todo o MS.
De acordo com o presidente da FETEMS, Roberto Magno Botareli Cesar, o momento é de emoção, debate e reflexão. “Nós, da Fetems, movidos por uma forte emoção, esperança e por uma consciência teimosa, acreditamos que a educação é uma utopia necessária e indispensável para toda a humanidade na perspectiva da construção da paz, da liberdade e da justiça social, por isso estamos aqui hoje reunidos nesta Conferência”, afirma. Segundo Joaquim Donizete Matos, presidente do SIMTED de Aparecida do Taboado, a realização da Conferência em seu município é motivo de muito orgulho. “Durante estes três dias os olhos da sociedade se voltam para Aparecida do Taboado, que será a capital do debate sobre a educação pública brasileira, são palestrantes renomados e companheiros de luta de todo o MS, com certeza para nós e motivo de muito orgulho”, ressalta.
Para o presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Roberto Leão, o momento em que está sendo realizada a Conferência é oportuno. “A Conferência da FETEMS acontece em um momento importante da nossa história, quando, por exemplo, estamos debatendo e lutando por questões como o PNE. É importante que estejamos sempre debatendo e procurando caminhos para resolvermos os problemas da educação pública brasileira”, disse.
Em sua fala o presidente da Central Única dos Trabalhadores Nacional (CUT), Vagner Freitas, afirmou que um espaço como a Conferência da FETEMS deve servir para debater não só as vitórias, sonhos e utopias, mas também as indignações. “O ato de indignarmos nos incentiva cada vez mais a ir a luta e é isso que a FETEMS está fazendo nesta Conferência, reúne educadores que ainda possuem a capacidade de indignar-se e batalhar pela mudança no ensino público”, enfatiza.
Fátima Silva, também ex-presidenta da FETEMS e atual vice-presidenta da IEAL (Internacional da Educação para a América Latina), a escola precisa ser um espaço para a reflexão crítica e a criatividade. “Quando a Conferência da FETEMS traz temas como o PNE aliado a questões como a luta por demarcação de terras indígenas, mostra o quanto é importante lutarmos para que as nossas escolas sejam espaços democráticos, de formação humana social e conscientização de que somos todos iguais”, diz.
Já o deputado federal, Antônio Carlos Biffi (PT/MS), ex-presidente da FETEMS, enfatizou em sua fala a importância da continuação de projetos progressistas, seja à frente de entidades como a Federação, ou seja, na política partidária. “Nossa luta é constante e nossas vitórias só serão possíveis se continuarmos a debater, em momentos como este, a real necessidade de sempre batalharmos pela conquista de espaços para podermos por em prática os nossos projetos progressistas em defesa dos trabalhadores brasileiros e da sociedade igualitária”, conclui.
Ainda participaram da abertura o presidente da CUT MS, Genilson Duarte, o representante do Movimento Sem Terra, Jonas Carlos Conceição, a diretora da Federação dos Trabalhadores em Educação da Espanha, Carmem Veites Conde, o deputado estual e ex-presidente da FETEMS, Lauro Davi, o presidente da Cassems, Ricardo Ayache e lideranças políticas municipais. Homenagem
A 6ª Conferência presta homenagem ao terena Gabriel Oziel, indígena terena assassinado no dia 30 de maio deste ano, em Sidrolândia. Ele era um estudante universitário e foi levar a sua solidariedade ao seu povo que lutava pela retomada do seu território.
Segundo o presidente da FETEMS lamentavelmente, Mato Grosso do Sul concentra mais de 50 por cento dos assassinatos de índios no país. “Sendo assim, a nossa 6ª conferência, além de ser, um espaço para debater o Plano Nacional de Educação, os desafios do nosso movimento sindical, vamos reafirmar o nosso compromisso com a diversidade, discutindo a educação no campo, a educação indígena, a educação quilombola e fortalecer o nosso compromisso com uma escola pública inclusiva, democrática e comprometida com os valores da solidariedade e da igualdade”, ressalta. Karina Vilas Boas - FETEMS |