Indignação e revolta foram os sentimentos da família de Giovanna Nantes Tresse de Oliveira, 18 anos, ao descobrir que o ex-namorado da jovem, Matheus Georges Zadra Tannous, 19 anos, foi solto por determinação da Justiça. Segundo os parentes, a liberdade do jovem após cinco dias na cadeia é um “estímulo” para novos casos de agressão contra mulheres. “É um absurdo, não se pode mais confiar na Justiça do Brasil. Eu como pai penso que esta é só uma maneira de entusiasmar pessoas que pensam assim como o Matheus, que não acontece nada após massacrar e tentar matar uma mulher. E as pessoas que pensam que isso está certo, somente cinco dias na cadeia, cuidado porque isso pode acontecer com um filho seu”, diz indignado o pai da Giovanna, o representante comercial Luiz Carlos de Oliveira, 45 anos. Segundo o pai, Giovanna retornará para Campo Grande no início do mês de fevereiro, principalmente porque precisa retirar os pontos que seguram a sua mandíbula e, neste período, ela pretende prestar depoimento. “Minha filha ainda não se lembra bem dos fatos, porque acredito que após a primeira pancada ela desmaiou. Foi uma clara tentativa de homicídio que está impune”, comenta o pai, que ainda cobra o resultado do exame de corpo de delito. Tia da estudante, a advogada Luciana Machado de Oliveira, 46 anos, diz que todos os parentes estão “desapontados” com a liberdade do agressor. “Vamos tentar olhar o inquérito policial e entender o porquê dele ser solto tão rápido. Nós não acreditávamos nisso. Mesmo sem o depoimento da Giovanna, existem muitas provas no processo e a própria Lei Maria da Penha deveria ser aplicada”, avalia Oliveira. Indignada, a tia ainda diz que a sociedade não vê com bons olhos a soltura do agressor. “Se fosse um miserável iria morrer na cadeia, mas como é um filhinho de papai acontece isso. A mulher virou um “saco de pancada” e isso faz com que aumentem os casos de agressão. Nossa luta é também para cessar este tipo de crime”, garante Oliveira. Facebook - Nas redes sociais, o primo da jovem, Allan Andrade, 18 anos, apontado inclusive como o pivô da briga do ex-casal, também qualifica a lei brasileira como uma “palhaçada”. “...Espancar ta fácil, cumprir pena que é bom ta difícil. É que a Lei Maria da Penha existe depois do dinheiro...”, comenta o estudante. Crime - Giovanna foi internada na madrugada do dia 1º de janeiro, logo após a comemoração do Ano Novo, com quatro fraturas no rosto, duas no maxilar e duas abaixo do olho direito, sendo que precisou passar por cirurgia. A menina estava acompanhada apenas do namorado em um apartamento da mãe do Matheus, localizado na rua São Paulo, Vila Célia, quando ocorreu uma discussão. |