O presidente da Fiems, Sérgio Longen, defendeu, durante a cerimônia de abertura do 2º Canacentro (Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central) nesta quarta-feira (19/03), o fortalecimento do segmento industrial em nível nacional. “A indústria sucroenergética é um segmento importante dentro do setor industrial de Mato Grosso do Sul e tem contribuído para o desenvolvimento do nosso Estado. Trata-se de uma indústria moderna e que deixou para trás os velhos tempos das queimadas”, declarou. Sérgio Longen reforçou que hoje a indústria sucroenergética produz etanol, açúcar e bioenergia, fazendo a diferença na economia estadual, porém, passa por dificuldades que devem ser superadas, contribuindo para ampliar a força do setor industrial em Mato Grosso do Sul. “Com a ajuda do Governo Federal, que precisa corrigir os preços dos combustíveis para que o etanol possa ser novamente competitivo frente à gasolina, deveremos ter essa atividade fortalecida outra vez em todo o Estado”, afirmou, destacando que o Senai disponibiliza atualmente 23 cursos, entre técnicos e de qualificação profissional, voltados para o segmento em seis cidades do Estado, totalizando 14.540 vagas ao longo deste ano. O reconhecimento da Fiems foi destacado pelo presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), Roberto Hollanda Filho, reforçando que o segmento não cresceria sem o apoio do Sistema Indústria. “O ambiente institucional é fundamental para o desenvolvimento de qualquer atividade e no nosso segmento isso não é diferente. O apoio da Federação das Indústrias é essencial para que possamos atingir as nossas metas, sobretudo na parte de qualificação profissional da nossa mão de obra”, destacou, lembrando que a indústria sucroenergética enfrenta um período conturbado graças à política do Governo Federal de subsidiar um combustível fóssil em detrimento de um combustível renovável. Diretrizes Na avaliação do presidente da Famasul, Eduardo Riedel, o Canacentro vai servir para discutir diretrizes de futuro para o segmento e apresentá-las aos candidatos à Presidência da República para que a atual política de preço artificializado para a gasolina seja revista, tornando o etanol novamente competitivo. “É preciso debater o que o Brasil deseja como matriz energética e retirar do Canacentro um posicionamento a favor da produção de energia limpa para ser entregue aos nossos futuros governantes para oferecer a eles um norte a ser seguido”, pontuou, ressaltando que os bons resultados do setor sucroenergético no Centro-Oeste e as possibilidades de crescimento por meio de iniciativas públicas e privadas serão debatidos no 2° Canacentro. Já o governador André Puccinelli fez questão de lembrar que somente quem se determina e se planeja chega a algum lugar. “Foi somente com a realização de um zoneamento econômico de Mato Grosso do Sul que conseguimos ser capazes de induzir o fomento das vocações de cada região do nosso Estado. Antes tínhamos 11 usinas que só produziam álcool e açúcar e hoje contamos com 24 indústrias sucroenergéticas, que incluíram em seu mix a produção de bioenergia, fazendo do Estado um exportador de energia. Agora, o nosso desafio é fazer com que o Planalto entenda o risco de segurar o preço da gasolina para a economia nacional”, discursou, referindo-se ao subsídio ao combustível fóssil dado pela União e que afeta a competitividade do etanol. Estande do Senai Durante o 2°Canacentro, que está sendo realizado no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande (MS), o Senai montou um estande para divulgar os serviços técnicos e tecnológicos disponibilizados pela entidade em Mato Grosso do Sul nas áreas de automação industrial, logística, metrologia, meio ambiente e energia. De acordo com técnico Ricardo Fernandes, da Gerência de Tecnologia e Inovação do Senai, a entidade tem inúmeros programas e projetos de interesse da indústria sucroenergética. Ele cita como exemplo o Senai Sucroalcooleiro, que oferece serviços de consultoria para otimização do processo produtivo e, para isso, disponibiliza serviços técnicos, tecnológicos e de educação tecnológica para a indústria sucroenergética. “Tudo para levar as usinas a uma maior eficiência com um menor custo possível, agregando, assim, valor social ao seu produto final”, disse, citando ainda o Rede Senai de Energia, que, por meio de suas unidades, promove consultorias e soluções em eficiência energética, visando reduzir os custos e diminuir o impacto ambiental do processo produtivo. |