Cansados do descaso das autoridades, da falta de investimento para a categoria, de escalas abusivas para os policiais, viaturas sucateadas, falta de equipamentos, das delegacias superlotadas de presos e principalmente pela morte de quatro policiais civis, nos últimos 90 dias, policiais civis iniciaram hoje (24/03), a primeira de uma série de ações e manifestações que estão por vir, em todas as delegacias do Estado. Com faixas pedindo melhores condições de trabalho, diretores do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul e policiais civis foram para frente da 1ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, no centro da cidade, realizar manifesto. Segundo o presidente do sindicato, Alexandre Barbosa, não dá mais para esperar que o Governo do Estado se posicione. “São 7 anos de governo, e todas os anos precisamos protestar por melhorias. Nesse tempo todo, as autoridades sabem da realidade, mas não nos apresentam nenhum plano com melhorias e/ou investimento. Os últimos investimentos são verbas federais, mas até agora não vimos verbas do Estado entrarem...”, reclama o presidente. Segundo o Sindicato, no Estado o déficit de policiais é de aproximadamente 1.100 servidores, e o concurso em andamento prevê a contratação de apenas 48 escrivães e 175 investigadores, um total de 223 policias civis para todo o Estado. Além disso, a realidade da maioria das delegacias do Estado é a mesma: prédios literalmente caindo aos pedaços, viaturas com problemas de mecânica, escalas dos policiais comparadas ao trabalho escravo, policiais civis custodiando presos. “Prova de sucateamento, hoje na Depac Centro, soubemos que os policiais civis estavam sem água, identificamos uma viatura com problema na embreagem, e na hora da transferência de presos estavam faltando algemas, tanto que os presos saíram de dois em dois”. Reivindicações pelo Estado Para os próximos dias, a programação do Sinpol-MS é continuar reivindicando pelo Estado. Amanhã (25/03), a diretoria estará na cidade de Nova Andradina, na quarta (26/03), como parte dos protestos, será realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa, que debaterá a questão dos presos em delegacias, com a presença de autoridades da ONU, e na quinta-feira, as ações continuam em Campo Grande. |