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O Terminal Rodoviário de Costa Rica/MS “Coronel Domingos Augusto Coelho” está abandonado pela prefeitura, o mal cheiro, a circulação de andarilhos e com partes do prédio danificadas as pessoas que usam o local e comerciantes estão preocupados. O Hora da Notícia esteve no Terminal nesta quinta-feira (10) e constatou que cerca de 12 pessoas estão vivendo no local, entre eles duas mulheres que fazem dos arredores do Terminal ponto para cozinharem, tomarem banho, fazerem uso de bebida alcoólica e sexo.
Pelo Terminal circulam todos os dias cerca de 100 pessoas chegando a 150 nos finais de semana. O local não conta com segurança, apenas zelador. Os bancos estão quebrados, o teto dos banheiros está danificado. O local está sujo e segundo os comerciantes o piso no interior do Terminal é mal limpo, “eles só jogam água sem sabão, está muito feio, os bancos não dá para encostar, a mão fica sebenta, disse um comerciante do local.
Uma passageira que estava no Terminal relatou ao Hora da Notícia teve muito medo uma vez que presenciou ficar durante a noite no local esperando até as 02 horas para embarcar, “tive muito medo, aqui não tem segurança, tinha cinco pessoas dormindo aqui dentro, todos dividiam uma coberta velha”. A usuária do Terminal que não quis ter o nome divulgado finalizou: “é uma situação muito triste”.
Outra usuária do terminal observou que é passada a imagem de cidade turística, mas o cartão de vista que é o Terminal Rodoviário se encontra abandonado, ela questionou, cadê os políticos dessa cidade? E finalizou “é muito triste ver essa situação aqui”.
Os moradores “de rua” que na verdade são moradores do local ficam importunando os passageiros quando chegam, eles “andarilhos” estão sempre sujos, muitas das vezes cheirando mal, muitas vezes forçam os passageiros a dar moedas para comprar cachaça, disse um comerciante do local. Eles fazem comida aqui, brigam e fazem sexo, no grupo tem duas mulheres.
O local necessita de reforma urgente segundo um comerciante ouvido pelo Hora da Notícia, “prometeram reforma faz muito tempo e até agora nada”.
O relato das pessoas que vivem no local e de frustrações, falta de oportunidades e desesperança no poder público. Josias Silva dos Santos, 49 anos, está a oito meses morando no local, disse que não fica no Albergue da cidade porque lá só pode ficar por três dias. De acordo com ele tem família no Estado de São Paulo, “tenho duas filhas”, afirmou. A desesperança está estampada no rosto de Josias que afirmou ser ali o local onde ele ingere bebida alcoólica, “não tenho casa, trabalho algumas vezes por mês o reto do tempo fico aqui, a maior parte do tempo durmo, como e bebo”. O homem que hoje vive no Terminal Rodoviário disse, “já tive uma casa alugada, mas agora não nada”.
Outro homem de 45 anos que não quis ter o nome divulgado disse ter família na cidade, morava com a irmã e estava fazendo tratamento com medicamento para parar de beber, “de repente bebi o primeiro gole e não mais controlei”, afirmou. Segundo ele estava fazendo tratamento no CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) abandonou, ”se tivesse tomando os remédios eu não estava bebendo, estou aqui há cinco dias bebendo”. Consciente ele demonstra arrependimento e tristeza, “é triste, mas estou aqui”.
Um dos homens disse ao Hora da Notícia que para deixar essa vida precisa de uma casa, “só ser se tiver uma casa”, como não tenho fico aqui, “sou alcoólatra, sou doente, sofro com isso”. Ele destacou que é um trabalhador, porém só trabalha quando está sem o efeito do álcool, “sou trabalhador, mas só trabalho quando a pinga deixa”, finalizou.
O relato que mais impressionou foi de uma senhora que estava embriagada por voltas das 14 horas. De acordo com ela morar na rua é perigoso, “agente passa fome, frio e dor, só temos alegria na cachaça”. Desiludida com a vida disse não saber por que Deus a colocou no mundo, “vou viver até quando ele quiser, aqui tenho namorado, são vários homem, mas transo com um só, os outros me respeitam”, disse. De acordo com ela todos dormem juntos, mas se respeitam caso contrario há brigas entre os homens.
O Terminal Rodoviário foi construído em 1986 pelo então prefeito Laerte Paes Coelho, já falecido e foi reformado em 1996. Em 2003 foi reformado novamente na gestão do atual prefeito.
O secretário não quis falar sobre o problema:
O Secretario de Assistência Social do Município, Waldomoiro Bocalan, o “Biri” responsável por esse problema social no Município foi procurado pelo Hora da Notícia nesta sexta-feira, mas a sua secretária informou que ele não poderia atender o jornal.
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