O deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB), coordenador do Pensando MS, abriu o 7º Encontro Regional do projeto em Dourados neste sábado (26) reiterando a importância de a classe política ouvir a população, de “ pensar” e planejar as ações com base no que é apontado pelas pessoas. “Alguns têm nos criticado por ouvirmos as pessoas; outro dia nos disseram: ‘enquanto o PSDB está pensando, nós estamos fazendo’. Então eu pergunto: será que estão fazendo corretamente? Será que estão fazendo aquilo que é prioridade das pessoas que estamos ouvindo?”, questiona Reinaldo. Ele esclarece ainda que essa é a razão do Pensando MS, para ouvir da população quais são suas prioridades. “A política só faz sentido se as necessidades da população forem atendidas, se cada centavo do dinheiro público for aplicado para melhorar a vida das pessoas”, disse o coordenador do projeto neste sábado a cerca de 400 pessoas que superlotavam a Câmara de Vereadores de Dourados. Problemas prioritários – Para os moradores dos 11 municípios da Grande Dourados, Saúde é o setor que representa o maior desafio à próxima administração estadual. Esse é o problema prioritário apontado por 97,57% da população regional. Em segundo lugar, Educação (95,40%) e, em terceiro, Segurança Pública (93,56%). “Por que a saúde é o maior problema da região?”, questionou Reinaldo, que em seguida trouxe dados de uma pesquisa do IBGE que apontam baixo volume de recursos aplicados no setor. O IBGE, através da Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic), apontou que Mato Grosso do Sul aplicou apenas 8,7% do orçamento em saúde em 2013, o que põe o Estado na 25ª colocação entre as unidades da federação, à frente apenas do Rio de Janeiro. O IBGE afirma, contudo, que não é possível dizer que os Estados descumprem a lei de investimento mínimo de 12% do orçamento. Conforme o instituto, os Estados não especificaram a fonte da receita do orçamento para a rubrica, podendo ser incluídos valores, por exemplo, dos royalties de petróleo, conforme notícia divulgada pelo jornal O Globo. Para Reinaldo, os prefeitos sozinhos não têm condições de investir o suficiente para manter serviços de boa qualidade, sem o respaldo das aplicações orçamentárias das outras esferas de governo. Quanto à educação, setor que representa o segundo maior desafio às administrações da Grande Dourados, os levantamentos do Pensando identificaram diversos problemas: a título de exemplo, em Glória de Dourados há creche em construção há 10 anos, mas de modo geral, faltam escolas (carência de vagas principalmente no ensino médio), falta investimento em esporte e cultura, professores sem qualificação adequada, baixos salários etc. Reinaldo defendeu como forma de solucionar os problemas regionais, uma política com propostas também regionalizadas, que leve em consideração as peculiaridades de cada região de Mato Grosso do Sul. “Hoje o Estado está criando uma concentração brutal de desenvolvimento em algumas regiões” em detrimento de outras, esclareceu o deputado. No âmbito do Pensando MS, a região da Grande Dourados inclui os seguintes municípios: Caarapó, Deodápolis, Douradina, Fátima do Sul, Glória de Dourados, Itaporã, Jateí, Laguna Carapã, Rio Brilhante e Vicentina. O projeto prevê a realização de nove encontros regionais. Restam ainda o do Bolsão (em Três Lagoas) e o da região Central do Estado, que será em Campo Grande, em maio.
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