O período ideal para aplicação de defensivos agrícolas nas lavouras de soja é no início da noite, intervalo em que a lagarta Helicoverpa se direciona para a parte de cima da planta da soja, evitando altas temperaturas e exposição ao sol. O sojicultor também deve priorizar o controle das lagartas pequenas e em baixas populações. As recomendações são do pesquisador da Fundação MS, José Fernando Grigolli, que apresentou a palestra ‘Ocorrência e controle das principais pragas e doenças na soja’, nesta quarta-feira (14), na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul).
As orientações do pesquisador ocorreram durante a apresentação dos resultados de pesquisas desenvolvidas a partir da safra da soja 2013/2014, realizada pela Fundação MS, em parceria com o Serviço de Aprendizagem Rural (Senar/MS). Grigolli também falou sobre a lagarta Falsa Medideira, aconselhando a aplicação de defensivos antes das 10 horas da manhã ou após as 16 horas. "Independente da condição climática, fora desse período, a lagarta permanece embaixo da planta dificultando o manejo".
O presidente da Fundação MS, Luis Alberto Moraes Novaes, ressaltou o uso da inovação tecnológica e das pesquisas no desenvolvimento do setor. "A tecnologia está cada vez mais presente no campo em menor espaço de tempo e ajuda o produtor no controle de pragas e doenças nas lavouras de soja. Mas para isso, é preciso ter contato com essas tecnologias e com as pesquisas voltadas ao setor.
A apresentação tem como finalidade mostrar aos produtores rurais os resultados das pesquisas realizadas em dez municípios de Norte a Sul do Estado. "O sojicultor precisa adequar as novidades tecnológicas à realidade da sua propriedade, nem sempre o que serve para determinada região serve para outra, seja por condições climáticas ou do solo, é necessário este ajuste fino da tecnologia", afirma Novaes.
Para o diretor secretário do Sistema Famasul, Ruy Fachini, o acesso a essas pesquisas leva o produtor a superar os desafios do setor e a planejar o plantio da próxima safra. "Pesquisas sobre soja apresentadas hoje pela Fundação MS servirão para nortear as ações dos produtores na safra 2014/15, superar as dificuldades do ano passado e direcionando corretamente os produtos e as tecnologias a sua propriedade. Com análises de especialistas, as chances de erro são menores".
Outra opção apresentada pela Fundação MS é o controle biológico, método no qual é utilizado seres vivos no combate a pragas, podem ser inseridos nas lavouras bactérias, vírus ou insetos que irão exterminar as lagartas. "O método ainda é pouco utilizado e desconhecido pelos produtores sul-mato-grossenses, mas pode ser considerado o mais sustentável", afirmou o presidente da Fundação MS, Novaes.
Campo Grande é o quarto município a receber a apresentação dos resultados da safra passada, que já passou por Amambai, Naviraí e Sidrolândia. Ao longo do mês de maio, o projeto vai ainda a São Gabriel do Oeste (15), Maracaju (20), Dourados (22), Ponta Porã (27), Rio Brilhante (29) e Itaporã (30), totalizando 10 municípios visitados. De acordo com os dados da Associação dos Produtores de Soja de MS (Aprosoja/MS), na safra 2013/14, a produção da oleaginosa no Estado atingiu 6,05 milhões de toneladas, alcançando um recorde histórico.
Sobre o Sistema Famasul – O Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) é um conjunto de entidades que dão suporte para o desenvolvimento sustentável do agronegócio e representam os interesses dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul. É formado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar), Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/MS) e pelos sindicatos rurais do Estado.
O Sistema Famasul é uma das 27 entidades sindicais que integram a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Como representante do homem do campo, põe seu corpo técnico a serviço da competitividade da agropecuária, da segurança jurídica e da valorização do homem do campo. O produtor rural sustenta a cadeia do agronegócio, respondendo diretamente por 17% do PIB sul-mato-grossense.
|