O Sinpol/MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) cobra do Estado tratamento psicológico gratuito para os servidores da categoria. Segundo o vice-presidente da entidade, Roberto Simião de Souza, o objetivo é tentar evitar casos como o do investigador Allan Martia, de 33 anos, que foi encontrado morto ontem (7), após cometer suicídio.
Simião explica que o sindicato busca amparar os policiais, garantindo a eles o direito de acompanhamento psicológico preventivo. “Nossa luta é para que todos os policiais, principalmente aqueles que vivenciaram situações traumáticas, possam ter este benefício. Queremos que eles mantenham a saúde mental em dia para o bom desempenho da função”, disse.
Preocupação – Allan foi encontrado enforcado por volta das 14h de ontem, na casa onde vivia sozinho na Rua do Policial, Conjunto Arnaldo Estevão Figueiredo, em Campo Grande. A morte do investigador chamou ainda mais a atenção porque quatro dias antes, o policial Bruno Leandro da Silva, de 32 anos, havia tirado própria vida com um tiro na cabeça, em Fátima do Sul, a 246 quilômetros da Capital.
Os dois casos em curto período de tempo preocupam o Sinpol/MS. Simião aponta que vários fatores que podem levar a este ponto crítico. “São problemas pessoais e profissionais. No caso da Polícia Civil, sabemos que é um trabalho de risco e muito estressante, no qual os servidores se deparam com sobrecarga de funções, falta de estrutura e a insegurança. Estes fatores acumulados podem desencadear algum tipo de transtorno que precisa ser observado de perto por especialistas”, disse.
Ele aponta que embora haja cobrança por parte do Sinpol/MS, o Estado ainda não se manifestou sobre o pedido. “Por enquanto, quem precisar, terá que custear o tratamento por conta própria”. Nos últimos 18 meses, oito policiais morreram. Além dos dois suicídios deste ano, houveram dois no ano passado (na Capital), três homicídios (dois na Capital e um no interior) e uma morte em acidente de trânsito (Costa Rica).
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