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Polícia
08/07/2014 - 08:48
Suspeito de comandar venda ilegal de ingressos é solto durante a madrugada
Foto: Divulgação
UOL

Raymond Whelan, diretor da Match Services AG e acusado de comandar venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo, foi solto na madrugada desta terça-feira horas depois de ser preso em operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Os advogados do britânico entraram com um pedido de habeas corpus no fim da noite de segunda, e ele deixou a 18ª Delegacia da PC por volta das 4h30.

Em princípio, Whelan ficaria detido por ao menos cinco dias por ser um dos acusados de envolvimento na máfia de comércio ilegal de entradas para o Mundial. O diretor da Match Services AG, empresa que exclusivamente é responsável pela venda de pacotes de ingressos da Fifa, foi preso na tarde de segunda.

Ray Whelan estava no Copacabana Palace quando foi detido na Operação Jules Rimet pela Polícia Civil, que está em fase de contagem do material apreendido. Já se sabe que foram encontrados 100 ingressos da Copa, inclusive para a final, US$ 1.000 e documentos - como o passaporte, agora em sua posse -, além do aparelho celular.

Também foi pedido ao hotel todas as imagens de circuito interno para saber com quem o diretor se encontrou e com quem ele se comunicava nos salões.

Depois da prisão de Whelan, o delegado que comanda o caso recebeu ligação da Scotland Yard e foi parabenizado pela ação que culminou com a prisão. A polícia inglesa disse que sempre tentou, mas nunca conseguiu desmanchar esse esquema.

Esquema ilegal

A Polícia chegou ao nome do suspeito graças à gravação de 900 registros telefônicos autorizada pela Justiça na 'Operação Jules Rimet', que, na semana passada, já havia levado 11 pessoas à cadeia.

As ligações e mensagens eram originárias ou tinham como destino o número de um celular oficial da Fifa. Nas chamadas rastreadas, foi feita a associação de Whelan com o franco-argelino Lamine Fofana, que até então era tido como o principal líder do esquema

A operação Jules Rimet é resultado de pelo menos um mês de investigações da polícia e do Ministério Público e apreendeu mais de cem ingressos, além de dinheiro e máquinas para pagamento com cartão de créditos.

As entradas eram destinadas a patrocinadores da Fifa, membros de comissões técnicas das seleções e clientes de camarotes.

Segundo a Polícia Civil, o lucro da quadrilha chegava até a R$ 1 milhão por jogo, podendo totalizar R$ 200 mi ao final do Mundial. Todos os envolvidos e presos no caso vão responder por crimes de lavagem de dinheiros, associação criminosa e cambismo.

A Match tem ligação com o sobrinho do presidente da Fifa. Phillipe Blatter é CEO da Infront Sports & Media AG, empresa que detém 5% de participação na Match. Os dois filhos de Ray Whelan são sócios da Match, mas não foram presos.

    
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