O médico responsável pelo parto da mulher, moradora de Nobres, investigada por entregar ilegalmente o recém-nascido a um casal do Paraná, deverá prestar depoimento nesta quinta-feira (31) na delegacia da cidade, distante 151 km de Cuiabá. A cirurgia foi realizada no hospital do município de Rosário Oeste, no dia 16 de julho, e conforme o delegado responsável pelo caso, Eder Clay Santana Leal, o médico deverá revelar se o procedimento foi feito pelo SUS ou particular. O bebê foi entregue ao casal, no dia 20 de julho, quatro dias depois do nascimento, por meio de uma mulher suspeita de ser intermediária, no município de Nobres. Na segunda, o casal esteve na delegacia e entregou a criança para a polícia. Em depoimento, a mulher, de 32 anos, e o marido dela, de 38, relataram que foi repassado o valor de R$ 3,6 mil à intermediadora para pagamento de despesas médicas e para a cirurgia realizada. “Eles disseram que R$ 2,6 mil eram para pagar uma cirurgia de ligadura de trompa e o restante para despesas médicas, pós-parto”, declarou o delegado Em entrevista ao G1, Eder Clay ressalta que as declarações do médico “são primordiais” para o inquérito aberto para apurar o caso, já que o profissional deverá revelar se o dinheiro ficou ou não com a intermediária. “Vamos descobrir se a cirurgia foi paga ou não. Se a suspeita está mentindo. Se for necessário vamos ouvir outros profissionais do hospital”, frisou o delegado. A mãe bilógica da criança, de 23 anos, alegou à polícia não ter condições de criar o filho e, por isso, procurou uma mulher para intermediar a adoção. O bebê foi levado para um abrigo pelo Conselho Tutelar de Nobres. O caso foi denunciado à Polícia Civil em Rosário Oeste, a 133 km da capital, cidade onde a criança nasceu no dia 16 de julho. O boletim de ocorrência foi registrado no dia 23 de julho pelo irmão da mãe do bebê, quando soube que a jovem teria doado o sobrinho para um casal. Conforme o delegado, após o nascimento do menino a mulher retornou com a criança para Nobres e lá teria doado o filho ao casal de outro estado. “Com o documento de nascimento do hospital, o homem registrou a criança no nome da mãe biológica e em seu nome, como sendo o pai legítimo. Isso para poder viajar”, explicou o delegado. O casal, a mãe e a mulher intermediadora da doação irregular vão responder por crime contra o poder familiar. |