Após dois meses de investigação a Polícia Civil de Dourados prendeu um servidor público municipal que aliciava e incentivava menores a se prostituírem na cidade.
Jeferson Porto da Silva, 33, foi preso na manhã deste domingo (19) na casa em que morava no Jardim Água Boa, no município. De acordo com as investigações, o homem aliciava adolescentes de 14 anos ou mais por meio de perfis falsos no facebook e também no whats app. A mãe de uma das vítimas que denunciou Silva, após verificar conversas na página do filho.
A delegada Marina Lemos, responsável pelas investigações, disse que servidor criava perfis falsos e se passava por uma mulher. Com isso, assediava os adolescentes e os atraia para a casa dele. Quando as vítimas chegavam ao local e se davam conta da situação, Silva então agia para convencê-los a manter relações sexuais com ele, que pagava R$ 30.
Toda a ação era filmada e fotografada, e esses registros eram armazenados no computador do servidor, que foi apreendido e encaminhado para ser submetido a perícia em Campo Grande Ainda segundo a delegada, o número de vítimas pode ultrapassar 200
Até o momento, a polícia trabalha com 12 vítimas, que já foram identificadas, todas com 14 anos ou mais. No entanto, as investigações continuam e a possibilidade é de que Silva tenha feito até 200 vítimas.
Um agravante no caso é que o servidor municipal é soropositivo e, em algumas oportunidades, teria mantido relações sexuais com os menores sem uso de preservativo. A Polícia Civil está convocando todos os menores que tenham sido vítimas de Silva para comparecer à delegacia e ajudar no esclarecimento do caso. As investigações continuam.
Além de responder por favorecimento à prostituição infantil, o servidor pode responder por estupro de vulnerável caso fique comprovado que houve vítimas menores de 14 anos, e também por crime de perigo de contágio de moléstia grave, previsto no artigo 131 do Código Penal, que é quando a pessoa sabe da sua condição (no caso, portadora do vírus HIV) e age de propósito contra o bem estar de outro.
Silva, que não tinha passagens pela polícia, foi levado para a delegacia do 1º Distrito Policial, onde permanece preso. Conforme a delegada responsável pelo caso, uma das coisas que mais impressionaram durante a investigação é que o servidor sabia que era alvo da polícia (mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa dele), mas ainda assim não se intimidou e continuou a agir.
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