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Política
06/11/2014 - 08:52
Vereadores recebiam entre R$ 6 mil e R$ 8 mil por mês com
Foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado
Correio do Estado

Os vereadores de Ribas do Rio Pardo (MS) – a 102 quilômetros de Campo Grande – envolvidos na 'Operação Viajantes', deflagrada nesta terça-feira (04) pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), recebiam entre R$ 6 mil e R$ 8 mil por mês com o desvio de pagamentos de diárias. O valor é superior ao próprio salário de vereador no município, de R$ 4,5 mil.

Segundo o promotor do Gaeco, Marcos Alex Vera de Oliveira, cinco dos nove vereadores da cidade estão envolvidos no escândalo: o presidente da Câmara Adalberto Alexandre Domingues, o vice-presidente, Antônino Ângelo da Silva, primeiro secretário Diony Erick de Souza da Silva, segundo secretário Cláudio Roberto Siqueira Lins, Fabiano Duarte da Silva, além do diretor administrativo, Cacildo Pedro Camargo e do contador Walter Antônio, que chegou a ser preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. A operação cumpriu 14 mandados de busca e apreensão.

Durante coletiva à imprensa, o promotor citou um exemplo para explicar como funcionava o esquema. Os valores das diárias eram de R$ 750 para viagens dentro do Estado e R$ 1,5 mil para fora. Em uma delas, para Curitiba, os vereadores não foram e ganharam o valor. Segundo o promotor, eles responderam uma lista de chamada como se estivessem participado de eventos e reuniões.

Ainda de acordo com a investigação, verificou-se também a existência de gastos excessivos realizados pela Câmara com empresas terceirizadas de publicidade, informática, assessorias contábeis e jurídicas, cujos valores ultrapassam mais de R$ 3,5 milhões. Em um exemplo citado pelo promotor do Gaeco, uma empresa contratada por R$ 700 mil anual para manter o site, porém, a empresa contratou o filho de um vereador para fazer o serviço. Ele recebia R$ 2,5 mil mensais. “A diferença de valores é muito grande e nos chamou atenção”, explica Marcos Alex.

Outro contrato com valor surreal que foi detectado nas investigações era relativo a manutenção de ar condicionado, onde a Câmara gastava R$ 57,2 mil em 11 meses. “Para uma cidade pequena, esse valor não era viável. Daria para comprar vários aparelhos”, justifica o promotor.

Os envolvidos foram indiciados por peculato, fraude em licitação, associação criminosa e improbidade administrativa. O julgamento deve ocorrer em 30 dias, tanto criminal como administrativo.

O presidente da Câmara Municipal de Ribas do Rio Pardo publicou no site institucional da Casa de Leis uma nota de esclarecimento informando que "os documentos arrestados não divergem daqueles anteriormente remetidos aos processos judiciais e aos inquéritos civis em trâmite neste juízo."

"Espero num futuro bem próximo o decreto de absolvição dessa gestão, que bom que se diga, cumpre as legislações existentes, destacando a que exige a transparência dos atos de gestão, de modo que todas as informações administrativas e orçamentárias encontram-se no nosso sitecamaraderibas.ms.gov.br."

    
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