O que deveria ser dia de alegria se transformou em revolta para, aproximadamente, 100 formandos da Polícia Civil neste sábado (22). Sem dinheiro, os formandos ficarão fora da festa e ainda ganharam de presente um plantão na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC). A denúncia chegou ao Midiamax por parte de familiares de um dos formandos. Eles alegam que os acadêmicos sofreram coação, extorsão, abuso de poder e agora a discriminação, em uma situação que eles esperam perdurar pela carreira dos novos policiais. “Com certeza, estes acadêmicos que não vão participar, serão escalados para os piores lugares. É bem provável que vai acontecer isso daí. Pelo lado legal da coisa, houve coação, extorsão, abuso de poder e agora a discriminação”, protestou o familiar. A reportagem preferiu não identificar o autor da denúncia por questões de segurança. Ele contou que tudo começou quando a academia informou aos formandos que eles teriam que pagar R$ 1,4 mil para participar da formatura, que teria uma arrecadação de R$ 550 mil, em salão já escolhido. Alguns alunos não concordaram, alegando falta de condições financeiras, e foram, segundo o familiar, perseguidos pelos líderes da academia. “Disseram que não era convite e que era imperativo. Um deles, logo no começo da coação, levantou a mão e disse que não podia e pediram para ele se dirigir para disciplina. O rapaz avisou que tinha que pagar uma cirurgia de R$ 3 mil e não conseguiu pagar, por que estava desempregado. Agora, pretendia custear. Mas, disseram que não era desculpa”, acusou Revoltado, o familiar do formando procurou o Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol), que foi até os responsáveis pela academia. Todavia, o diretor responsável negou que os acadêmicos estavam sendo perseguidos por que não participariam da festa. Após a denúncia, segundo o familiar, a perseguição diminuiu, mas teve novo capítulo agora, no dia da festa. Sem condição financeira de custear a comemoração, os formandos foram escalados para serviço no dia da festa, o que eles consideram retaliação. “A gente que está acompanhando sabe que não é questão administrativa. A gente vê que é um ato discriminatório”, reclamou. A reportagem procurou o Sinpol, que passou a mesma informação dada aos formandos. Segundo o vice-presidente do Sinpol, Alberto Simeão de Souza, a direção da Polícia Civil alegou que os formandos já são servidores e cumprem jornada como qualquer outro. “Os demais foram dispensados para participar da festa. Se não fosse, também estariam de serviço, porque estão estagiando”, informou. O delegado responsável pelos formandos não atendeu as ligações. |