Na investigação sobre o que se convencionou chamar de “farra dos atestados médicos” na Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), descobriu-se que dois servidores da pasta se ausentaram do trabalho alegando problemas médicos enquanto, na verdade, estavam na praia. A informação é do secretário de Saúde, Jamal Salém, que promete tolerância zero contra dispensas forjadas.
“Por enquanto a polícia não vai ser envolvida, apenas o CRM (Conselho Regional de Medicina) e o Conselho de Ética da secretaria, que está apurando o caso”, disse nesta quarta-feira (14).
Somente em dezembro, segundo ele, foram 840 atestados de servidores, todos estão sendo investigados para saber se realmente eram verdadeiros ou se foram usados como desculpa para faltar serviço. Grande parte, de acordo com Salém, foi apresentada por médicos. A Sesau tem 7 mil funcionários, o que significa que 12% trouxe atestado.
Ele prepara uma verdadeira força tarefa para acabar com a farra. Uma circular interna publicada ontem vai ser retificada depois de um mal entendido. No novo documento, o médico que se afastar para tratamento médico por má-fé vai ser suspenso da escala de plantão – que possibilita o servidor ganhar um dinheiro extra.
O prefeito Gilmar Olarte (PP) disse que os afastamentos por atestados médicos só serão aceitos em casos extremamente necessários. “Se dá atestado com muita facilidade. Isso traz prejuízo muito grande”, afirmou.
O MPE (Ministério Público do Estado) já está investigando o volume de atestados apresentados por servidores da Sesau. “O promotor de justiça quer esclarecimentos. Quem não quer trabalhar direito e quer ficar morcegando a gente precisa resolver”, ressaltou Olarte.
Segundo a assessoria, será criada uma junta médica no Serviço Médico da Sesau para analisar os pedidos de afastamento para tratamento médico. O secretário da pasta, Jamal Salem, foi ao Ministério Público para pedir a investigação da farra de atestados na Saúde.
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