Após participar de reunião realizada nesta quarta-feira (25/02) na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília (DF), sobre os efeitos econômicos da paralisação dos caminhoneiros que bloqueiam rodovias em vários Estados do País em protesto contra o aumento no preço do óleo diesel, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, reforçou que o ato acontece em um momento difícil para o setor industrial e torna a situação ainda mais complicada, pois gera prejuízos como perdas de produtos perecíveis, aumento do custo de transporte e interrupção de linhas de produção.
“A greve dos caminhoneiros é válida, mas preocupa o setor industrial e na reunião na CNI tentamos encontrar algo propositivo para solucionar essa ação praticada nos grandes Estados produtores de matéria-prima”, destacou Sérgio Longen, informando que, em parceria com as federações das indústrias dos Estados, a CNI está estimando o impacto da paralisação para o setor industrial.
Ele completa que essa ampla discussão em torno do alto custo do óleo diesel, tem que ocorrer, pois a maior parte do transporte da produção brasileira é feita por meio de rodovias e com o reajuste do combustível a situação fica complicada. “É difícil para nós empresários validarmos uma ação como essa porque o setor já não vai bem e com esse empasse piora ainda mais a situação. Porém, entendemos a manifestação dos caminhoneiros busca deixar competitivo o transporte rodoviário, que está sendo prejudicado por um óleo diesel com preço muito alto”, analisou.
O presidente da Fiems informou que o Governo Federal vem resistindo em rever o aumento que autorizou sobre o diesel, mas tenta criar alguma ação que beneficie os caminhoneiros, como homologação da lei recentemente aprovada pelo Congresso, a chamada Lei dos Caminhoneiros, e parcelar os financiamentos de caminhões pelo Moderfrota. “O Governo não pretende ceder quanto ao custo do diesel, inclusive chegando ao absurdo de colocar na mesa de negociação a pauta de frete no Brasil, ou seja, voltaríamos aos tempos da inflação descontrolada, quando o Governo tabelava os produtos da iniciativa privada, isso seria um caos”, alertou.
Sérgio Longen acrescenta que a indústria frigorífica e a de alimentos como um todo são as mais prejudicadas com a paralisação dos caminhoneiros. “Os produtos não estão saindo e nem chegando, já temos prejuízo para calcular no mês de fevereiro, afetando todas as cadeias, quem está vendendo e quem está comprando”, analisou, completando que agora o Judiciário começa a notificar com multas diárias os donos das transportadoras. “Ou seja, uma empresa que teve um dos seus caminhões barrados nos bloqueios terá de defender na Justiça para evitar uma multa, isto é, mais custo para o empresário”, lamentou.
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