O ex-prefeito da cidade paraguaia de Ypejhú, Vilmar Neneco Acosta Marques "praticava terror na fronteira e mandava matar sem piedade, tudo para chefiar o narcotráfico na região". A declaração foi feita pelo delegado responsável pelas investigações, Claudineis Galinari, durante coletiva de imprensa na manhã de ontem (5), na DGPC (Delegacia Geral da Polícia Civil), em Campo Grande. Neneco usava documento brasileiro e estava no Brasil há cinco meses. Segundo o jornal ABC Color, o traficante é acusado pelo assassinato de 23 pessoas em seis anos.
De acordo com o delegado, há um mês a Polícia do Paraguai pediu ajuda para prender Neneco, considerado o maior traficante internacional de drogas e contrabandista da fronteira. Com mandado de prisão expedido, foi mobilizado vários investigadores das cidades vizinhas de Naviraí para atuar no caso. Depois de levantar informações sobre o paradeiro do ex-prefeito, que estava na região de Dourados, os policiais fizeram campana próximo a casa de um familiar do traficante.
Neneco, que era procurado pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), acabou preso na tarde do dia (4), em Caarapó, distante 283 quilômetros de Campo Grande. Segundo a polícia, o traficante estava na rua aguardando um parente, que o ajudaria fugir para o Mato Grosso. “Ele iria para a cidade de Várzea Grande ou para o norte de Mato Grosso”, diz.
O traficante foi encaminhado para a Polícia Federal, de Naviraí, onde aguarda para ser extraditado para o Paraguai. No momento da prisão, o ex-prefeito usava documento brasileiro com nome de Vilmar Marques Gonzales. A polícia vai instaurar inquérito para apurar a origem da certidão.
Crimes - Neneco era prefeito de Ypejhú e foi expulso do partido após ter sido apontado como mandante da morte do jornalista do veículo paraguaio ABC Color, Pablo Medina, e da mulher que estava com ele em outubro do ano passado. Medina era repórter investigativo e estava fazendo uma série de matérias sobre o envolvimento de políticos no narcotráfico e apontou Neneco com um dos principais traficantes de droga da região. “Infelizmente ele pagou com a vida as denúncias que fazia”, diz Galinari.
Conforme o delegado, o ex-prefeito tocava o terror na divisa de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, inclusive na cidade de Paranhos. “Ele manda matar para controlar o tráfico na região. Ele distribui maconha para o Brasil inteiro”, destaca.
Neneco ainda é apontado como suspeito de ser mandante do atentado que matou três pessoas há quase duas semanas entre o município paraguaio Ypejhú e Paranhos. Um carro foi alvejado com 36 tiros, por ocupantes de uma caminhonete Nisssa Frontier. Morreram Gregório López Salinas 27 anos, marido da vereadora do Paraguai, Elisa Lomaquis, uma mulher e sua filha que passavam pelo local.
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