O pastor evangélico e empresário José Alceu Padilha Bueno, indiciado por exploração sexual de adolescentes, renunciou, na manhã desta terça-feira (28), ao mandato de vereador de Campo Grande. Ele encaminhou uma carta ao presidente da Câmara Municipal, Mario Cesar Oliveira (PMDB), que terminou de ler o documento.
Bueno teve 4.089 votos nas eleições de 2012 e era presidente regional do PSL. Na semana passada, ele renunciou ao cargo no partido e até se desfiliou da sigla. O suplente é o líder sindical e técnico de segurança no trabalho, Roberto Santana dos Santos, sem partido. Ele obteve 2,4 mil votos.
Na carta de renúncia, Alceu Bueno ressalta que vai provar na Justiça que é inocente. “Sou vítima deste escândalo”, comenta. “Sou vítima porque eu que denunciou o caso à polícia”, frisou.
O caso veio a tona com a prisão do ex-vereador Robson Martins e do empresário Luciano Roberto Pageu, que foram flagrados recebendo R$ 15 mil de Bueno. Para evitar a divulgação dos vídeos, conforme a polícia, ele pagou R$ 100 mil aos acusados de extorsão.
Eles tinham gravados imagens de Bueno com duas adolescentes. Em um dos vídeos, uma das meninas afirma que tem 15 anos de idade.
Conforme o delegado Paulo Sérgio Lauretto, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Bueno e o ex-deputado Sérgio Assis foram indiciados por exploração sexual de adolescentes e podem ser condenados pela Justiça a pena de 4 a 10 anos de reclusão.
Os outros envolvidos no escândalo estão presos: Pageu, Martins e o cinegrafista Fabiano Otero.
Com a renúncia, Alceu Bueno mantém os direitos políticos e se livra de enfrentar o processo de cassação no legislativo municipal.
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