Presos nesta sexta-feira (19) na 14ª fase da Operação Lava Jato, o presidente da construtora Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, e o diretor-executivo da empreiteira Elton Negrão apresentaram ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) pedidos de liberdade. A solicitação de habeas corpus será analisada pelo relator do caso no tribunal, desembargador João Pedro Gebran Neto. Não há previsão de quando o magistrado analisará os pedidos.
Os dois executivos da Andrade Gutierrez, segunda maior construtora do país, foram os primeiros dos 12 presos desta nova etapa da Lava Jato a solicitarem o habeas ao TRF-4, Corte sediada em Porto Alegre que abrange os processo de segunda instância da Justiça Federal na Região Sul. Azevedo e Negrão estão sob prisão preventiva, que não tem prazo determinado.
Nesta fase, também foram detidos pela PF, por ordem da Justiça Federal do Paraná, outros dois executivos da Andrade Gutierrez e mais sete dirigentes da construtora Odebrecht, incluindo o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht.
Segundo a Polícia Federal, os executivos presos são suspeitos de crime de formação de cartel, fraude em licitações, corrupção de agentes públicos, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. No despacho em que justificou as prisões, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, disse que há provas e fatos específicos que relacionam os presidentes da Andrade Gutierrez e da Odebrecht aos crimes.
Uma das provas usadas pelo Ministério Público Federal para solicitar as prisões é uma troca de e-mails interceptada pela PF na qual executivos da Odebrecht e da Braskem, subsidiária do Grupo Odebrecht, tratavam por escrito de “sobrepreço” em contratos relacionados a sondas.
O inquérito da Polícia Federal também relata que Otávio Azevedo vendeu uma lancha ao lobista Fernando Soares, conhecido como "Fernando Baiano", acusado por delatores da operação de ser o operador das supostas propinas pagas ao PMDB.
As investigações também apontam que Elton Negrão, executivo da Andrade Gutierrez, foi citados como contato para o "recebimento de propinas" e também como representante da construtora nas reuniões do chamado "clube das empreiteiras", que dividia, entre si, contratos de obras da Petrobras.
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