Delegado Camilo Kettenhuber
Na noite de terça-feira (14), por volta das 20 horas, uma advogada de 23 anos, que teve o nome preservado, foi detida por desacatar o delegado Camilo Kettenhuber Cavalheiro, plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga.
Segundo informações do boletim de ocorrência, a advogada foi até a delegacia, na intenção de entregar alguns pertences ao interno M.L.C, preso na noite anterior por roubo. Ela foi alertada pelos policiais que poderia entregar apenas os materiais de higiene pessoal e que, por questões de segurança, o cobertor que ela havia levado não seria entregue.
Os policiais ainda explicaram que a cela estava cheia e não é enquadrada como cadeia pública, mas sim como transitória. Ainda de acordo com o relato policial, a jovem teria solicitado conversar com o delegado Camilo, que interrompeu o depoimento de uma testemunha para ouvir a advogada.
A advogada foi novamente informada de que o cliente poderia receber somente os materiais de higiene pessoal, pois não era seguro abrir a cela apenas para entregar o cobertor ao interno, momento em que ela teria se exaltado. “Eu já representei contra você na Corregedoria uma vez e represento duas, três, quatro ou quantas vezes forem precisas”, disse a jovem.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, o delegado perguntou se ela estava fazendo ameaças e ela teria dito “Não preciso ameaçar, sou advogada e vou te denunciar”. O delegado Camilo, então, ordenou que a advogada saísse da sala, momento no qual ela disse: “Você está pensando que é Deus, seu delegadozinho”.
Os policiais tiveram de conter a jovem, mas ela teria continuado com as agressões verbais. “Delegadozinho, pensa que é Deus, ele vai ver o que acontecer com ele”, disse. Neste momento a advogada recebeu voz de prisão por desacato e foi encaminhada para a sala dos escrivães, para que fosse ouvida. A jovem ainda desrespeitou a ordem e tentou sair da delegacia, afirmando que ninguém a prenderia.
O presidente da OAB/MS foi acionado e dois advogados foram até a delegacia para cuidar do caso. Outras pessoas que estavam na Depac no momento do ocorrido foram ouvidas como testemunhas e o caso foi registrado como desacato, desobediência e resistência.
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