Os esforços para o diagnóstico do vírus da aids (HIV) e o acesso aos programas de tratamento devem ser aumentados para atingir o objetivo fixado pela ONU de erradicação da doença até 2030. As informações fazem parte de um estudo apresentado nesta quarta-feira (21) durante a 8ª Conferência sobre a Patogênese do HIV, em Vancouver, Canadá.
A pesquisa foi realizada com cerca de 7 mil pessoas na região de Orange Farm na África do Sul, onde o acesso aos tratamentos antirretrovirais são acompanhados por programas de pesquisa sobre a doença.
"Entre as pessoas entrevistadas, 40% dos homens e 20% das mulheres declararam jamais terem sido diagnosticadas", segundo a investigação da Agência francesa de Pesquisa sobre a Aids (ANRS, na sigla em francês), grupo de pesquisadores multidisciplinar sobre a aids e a hepatite viral.
Entre a amostra, 30% das mulheres e 17% dos homens são HIV positivo em graus variados de carga viral. "Estes resultados mostram que a eficácia dos programas de rastreio e diagnóstico do HIV ainda é insuficiente", afirmou Jean-François Delfraissy, diretor da ANRS.
"Mesmo numa região onde os investimentos na lutra contra a aids são importantes, os dados mostram que estes esforços ainda são insuficientes para reduzir, no futuro, a transmissão do HIV e a prevenção de novos casos", considerou o professor Bertran Auvert, da Universidade de Versalhes.
Acesso restrito ao tratamento
Além do diagnóstico insuficiente, "pouquíssimas pessoas com aids recebem um tratamento antirretroviral. Era o caso de apenas 30,5% das mulheres soropositivas e de 21% dos homens soropositivos", afirmou Kévin Jean, encarregado da análise estatística do estudo.
Os objetivos da Unaids determinam a erradicação da pandemia até 2030, estimando que a população infectada é de 36,9 milhões de pessoas, segundo Delfraissy.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, avaliou, em declaração feita na semana passada, que será necessário investir US$ 32 bilhões anuais nos próximos cinco anos para erradicar a doença até 2030.
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