A Justiça de Mato Grosso do Sul sentenciou o corretor rural Thiago Baez de Arruda a 25 anos de detenção pela morte do produtor rural Maximiliano Ramos, 45 anos, ocorrida no dia 16 de outubro do ano passado. A decisão, tomada nesta segunda-feira, ainda não foi publicada oficialmente, o que deverá ocorrer em poucos dias.
Maximiliano foi encontrado morto com tiros na cabeça. Ele foi enterrado em uma chácara, na área rural de Camapuã, a 322 quilômetros de Campo Grande. Segundo a Polícia Civil, os dois amigos teriam ido ao local negociar a venda de gado, oportunidade usada pelo réu para matar Maximiliano.
Crimes - Os anos de detenção que deverão ser cumpridos por Thiago são resultado da soma de duas sentenças, uma pelo crime de ocultação de cadáver e outra de latrocínio, que é quando há homicídio com objetivo de roubo.
Segundo o advogado Juliano Quelho Witzler Ribeiro, que representa a família da vítima, os familiares do produtor rural recebeu a notícia da decisão da Justiça com diferentes sentimentos.
"Eles receberam essa notícia tristes porque ela não devolve o Maximiliano ao convívio deles, tristes também porque o autor era amigo da vítima. No entanto, por outro lado, a família também se sente um pouco confortada porque a decisão ameniza um pouco a dor que eles sentem até hoje", detalha o advogado.
Maximiliano foi encontrado morto com tiros na cabeça. Ele foi enterrado em uma chácara, na área rural de Camapuã, a 322 quilômetros de Campo Grande. (Foto: Arquivo Pessoal)
Maximiliano foi encontrado morto com tiros na cabeça. Ele foi enterrado em uma chácara, na área rural de Camapuã, a 322 quilômetros de Campo Grande. (Foto: Arquivo Pessoal)
Frieza - Ainda de acordo com o advogado, a postura de Thiago durante o julgamento chamou a atenção de todos os que acompanharam o caso.
"Durante o interrogatório, o réu - aquele que causou a morte de um amigo - teve a pachorra de negar que fosse amigo de Maximiliano. Ele se pronunciou a todo momento sem esboçar arrependimento, sem expor alteação de ânimo", compartilha Juliano.
"O réu narrou o fato de forma mentirosa e totalmente fria, como se estivesse narrando uma situação do cotidiano", completa o advogado.
Trabalho - Para ele, o Ministério Público teve papel de destaque no caso. "Os promotores de Justiça tiveram análise isenta. O doutor Marcelo Ely e o doutor Douglas Silva Teixeira estudaram profundamente o caso, apresentaram alegações extremamente técnicas e detalhadas", afirma.
O advogado também elogia a sentença aplicada pelo juiz, Deni Luis Dalla Riva. De acordo com ele, o juiz fez uma "sentença impecável, calcada nas informações da promotoria", classifica. Durante o julgamento, ficou claro que o crime se tratou de um latrocínio, já que todas provas colhidas mostraram que a intenção do réu era roubar cheques que estavam em uma maleta da vítima, e que nunca foi recuperada.
"Agora, o procedimento é aguardar a posição da defesa do réu em relação à sentença, que poderá ou não recorrer. Mas o réu aguarda preso e há previsão de que vá para o presídio de segurança máxima de Campo Grande", finaliza o advogado.
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