A um ano da eleição, o cenário segue mais indefinido que em outras eleições em Campo Grande. Antes das Operações Lama Asfáltica e Coffee Break, pelo menos 17 figuravam entre os pré-candidatos. Pouco tempo depois, é difícil encontrar alguém falando em candidatura a prefeito.
As operações, além de arranhar a imagem de candidatos tidos como certos, como o ex-deputado Edson Giroto (PR), trouxe outro candidato que figurava entre os possíveis, mas sem tanta intensidade, o prefeito Alcides Bernal (PP).
Com a volta de Bernal o cenário mudou e deixou os então candidatos mais contidos, esperando o desenrolar. A volta do prefeito eleito em 2012 também causa expectativa por conta do futuro da cidade. Enquanto a base de Bernal torce para ele se dar bem e conseguir a reeleição, os adversários acreditam que uma má gestão dele pode acabar com a fama de injustiçado, que ganhou após a cassação.
O vereador Airton Saraiva (DEM), um dos maiores opositores a Bernal na primeira passagem dele pela prefeitura falou justamente deste cenário. Ele entende que só será possível aferir o tamanho do agora prefeito nas próximas eleições após pelo menos três meses de gestão. Na avaliação de Saraiva, o prefeito terá que ir além do discurso se quiser administrar a cidade.
As operações da Polícia Federal e Ministério Público Estadual teve como maior alvo o PMDB, que se livrou da briga de lideranças, mas agora está envolvido nas operações. Protagonista de embates no partido, Nelsinho Trad foi para o PTB e o irmão, Marquinhos Trad, também deve sair. Todavia, o partido agora tem dificuldade para fechar candidatura.
Os vereadores Paulo Siufi e Magali Picarelli já sinalizaram saída do partido e Mario Cesar e Edil Albuquerque afirmam não disputar a reeleição. Só neste cenário o partido já perde mais da metade da bancada e reduz, consideravelmente, o número de votos. Juntos, os votos deles somam quase duas vagas certas para o partido na próxima legislatura.
As dificuldades do PMDB vão além da composição da legenda para vereador. Lideranças como André Puccinelli (PMDB), Simone Tebet (PMDB) e Waldemir Moka (PMDB) não querem ser candidatos e pode sobrar para o deputado Carlos Marun (PMDB). No momento, ele é o único entre as lideranças do partido que se colocou à disposição para lançar candidatura.
Ex-peemedebista, Edson Giroto também encontra dificuldade para lançar candidatura. Ele era secretário de Obras de Puccinelli e é investigado na Operação Lama Asfáltica, que apura favorecimento em licitação e desvio de verbas nas obras de pavimentação.
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