Confirmando rumores que vazaram para a imprensa desde o fim da semana passada, nesta segunda-feira (28) foram apresentados pedidos de prisão e afastamento de vereadores de Campo Grande implicados nas investigações da Operação Coffee Break. Informações preliminares são de que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) pediu a prisão do empresário João Alberto Krampe Amorim dos Santos e do vice-prefeito Gilmar Olarte, que está afastado do cargo de prefeito.
Os dados não são confirmados oficialmente porque a operação corre em sigilo. No entanto, estão na lista com pedidos de afastamento dos cargos 17 dos 23 vereadores que votaram à favor da cassação do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), em março do ano passado.
São eles: Carla Stephanini, Edil Albuquerque, Paulo Siufi, Vanderlei Cabeludo, todos do PMDB, Eduardo Romero, Otávio Trad e Flávio César, do PTdoB, Delei Pinheiro, Chiquinho Telles e Coringa, do PSD, Gilmar da Cruz (PRB), Edson Shimabukuro (PTB), Jamal Salem (PR), Waldecy Chocolate (PP), Airton Saraiva (DEM), João Rocha (PSDB) e Carlos Borges (PSB).
A Operação Coffee Break investiga a possível compra de votos dos vereadores para cassar o chefe do Executivo. Os legisladores já prestaram depoimentos ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e, alguns tiveram os telefones celulares apreendidos. Os aparelhos foram levados para perícia.
No dia 25 de agosto o promotor responsável pela apuração, Marcos Alex Veras, cumpriu decisão do desembargador do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Luiz Cláudio Bonassini, determinando afastamento dos então presidente da Câmara Municipal, Mario Cesar (PMDB) e de Olarte dos respectivos cargos. Até hoje eles não conseguiram retornar.
O ex-governador do Estado, André Puccinelli, e os empresário João Baird, dono da Itel Informática, João Amorim e sua secretária, Elza Cristina Silva, também estão entre os depoentes. Ela foi a última a ser ouvida na semana passada e não falou com a imprensa.
Porém, seu advogado, Benedito de Figueiredo, o mesmo que defende o empreiteiro, disse que ela nunca realizou pagamentos em nome de Amorim e que, além de sócia minoritária, era secretária e o elo entre o empreiteiro e os empresários e políticos, apenas agendando reuniões. Inclusive o termo “cafezinho”, segundo o advogado, era o termo usado para marcar reuniões. “Era uma forma gentil da Elza de marcar reuniões para o João Amorim”, afirmou na ocasião.