Avaliado em R$ 51 mil, aparelho chamado de Dispositivo Universal de Extração Forense, o UFED do Instituto de Criminalística, foi o responsável por desvendar os documentos apagados pelos donos de 17 aparelhos celulares apreendidos no último dia 25 de agosto, durante a Operação Coffee Break. O IC fez a perícia, que resultou em um relatório de 400 mil páginas, todas entregues ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
Antes da Coffee Break, o Instituto usava outro aparelho, que não poderia realizar a perícia. Mas, dois meses antes da operação ser deflagrada, o IC recebeu o novo aparelho da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), moderno e com tecnologia israelense, utilizada no exterior. O aparelho foi capaz de quebrar senhas de celulares e resgatar conversas e mídias apagadas nos telefones. Inclusive do prefeito afastado Gilmar Olarte, PP por liminar, que entregou sem o chip e com senha.
"Foi um trabalho feito a oito mãos que durou 30 dias. Foi constituída uma força tarefa, do Núcleo de Informática do IC, que obedeceu protocolos nacionais e internacionais dentro da computação forense", explicou o coordenador do Instituto Criminalística, Eduardo Carvalho.
Segundo ele, o objetivo foi extrair os dados dos aparelhos telefônicos. "A parte da investigação será realizada pela inteligência do Gaeco. Mas nós conseguimos extrair vídeos, áudios e conversas que foram apagadas. Esse trabalho durou de cinco a oito horas por aparelho até que conseguíssemos recuperar todas as informações que serão entregues por meio de mídia digital ao Gaeco".
Apesar de ter gerado um volume de 400 mil páginas, os peritos fizeram um resumo para os analistas de no máximo 10 páginas por aparelhos, sobre as informações que foram encontradas em cada celular.
De acordo com o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, coordenador do Gaeco, agora a investigação entra em uma terceira etapa, além das análises dos documentos encaminhados pelo IC.
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