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Economia |
28/02/2009 - 09:49 |
60 dias antes de demitir 400, Independência tomou R$ 250 mi emprestados do BNDES |
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Midiamax |
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O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), empresa pública federal, é um dos acionistas do frigorífico Independência, empresa que neste fevereiro demitiu ao menos 400 empregados em Campo Grande e suspendeu o abate de animais em suas duas unidades em funcionamento em Mato Grosso do Sul: Anastácio e Nova Andradina.
O comando do frigorífico informou que o fechamento da empresa na Capital e a suspensão das atividades nas duas cidades ocorreram porque a empresa fora afetada por “problemas de caixa”.
Em novembro passado, segundo a assessoria de imprensa do BNDES, no Rio de Janeiro, a instituição pública emprestou R$ 250 milhões ao frigorífico. Informou ainda que mais R$ 150 milhões devem ser liberados a empresa nos próximos meses, mas não por conta de financiamento.
A assessoria revelou que o recurso a ser repassado é parte do negócio que inclui o BNDES como acionista do Independência. Três meses após o empréstimo dos R$ 250 milhões, o frigorífico anunciou a demissão de 400 empregados em Campo Grande.
A assessoria sustentou também que o fato de o BNDES possuir uma “pequena participação” na empresa, não significa que o banco influa no cotidiano financeiro do frigorífico.
“Não define [o BNDES] se demite empregados ou não. Somos sensíveis ao acontecido, mas não agimos em questões administrativas da empresa”, expressou a assessoria.
Não fora revelado, contudo, o percentual de participação do banco no frigorífico Independência que, além de MS, atua nos estados de Mato Grosso, Rondônia, Goiás, Tocantins, Minas Gerais, São Paulo e também numa região do Paraguai.
A missão do BNDES, segundo texto publicado em seu site (bndes.gov.br) é promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da economia brasileira, com geração de emprego e redução das desigualdades sociais e regionais.
Ainda segundo o site do banco, desde a sua fundação, em 20 de junho de 1952, o BNDES vem financiando os grandes empreendimentos industriais e de infraestrutura tendo marcante posição no apoio aos investimentos na agricultura, no comércio e serviço e nas micro, pequenas e médias empresas, e aos investimentos sociais, direcionados para a educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e ambiental e transporte coletivo de massa.
A CRISE
Os “problemas de fluxo de caixa” que obrigaram o frigorífico Independência a suspender os abates nas duas unidades que ainda operavam em Mato Grosso do Sul chegaram junto com a época de renegociação salarial dos trabalhadores.
A data base categoria é fevereiro, e as lideranças sindicais já apresentaram pauta pedindo reajuste.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação de Nova Andradina, Antônio Sérgio dos Santos, o Fubá, a reivindicação é para elevar de R$ 450 para R$ 530 o piso da categoria.
Ele teme que as negociações emperrem devido às dificuldades financeiras alegadas pela empresa. Já quanto os abates suspensos em Nova Andradina e Anastácio, a empresa, que atua no mercado bovino há pelo menos três décadas, informou que situação permanece como está até a “situação seja normalizada”.
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