Após declaração do guarda municipal Fabiano de Oliveira Neves, ex-motorista do vice-prefeito de Campo Grande afastado, Gilmar Olarte (PP), alegando que mentiu em depoimento à Operação Coffee Break, advogados dos investigados já começaram a tomar providências para mudar o rumo da apuração.
Renê Siufi, por exemplo, pediu que o Procurador-Geral de Justiça, Humberto Brittes, verifique melhor o fato. Ele conta que a declaração do rapaz “vem confirmar o que eu temia”. Isso porque o advogado pediu acesso ao processo, mas o depoimento de Fabiano não foi incluso ao conteúdo liberado.
“Ele foi ouvido no dia 19 e eu pedi acesso no dia 16, mas mesmo assim o depoimento dele não veio”. Desta forma Renê pediu em seu próprio nome que Brittes reveja os fatos, incluindo solicitação de novo depoimento do guarda e do promotor de Justiça Marcos Alex Veras, responsável por conduzir a operação.
“Eu acho que essa questão vai mudar inclusive o relatório. A Justiça não aceitou o primeiro porque estava falho”, disse referindo-se relatório da Coffee Break. Renê assina defesa dos vereadores Paulo Siufi, Edil Albuquerque, Carla Stephanini, Mario Cesar e do ex-governador do Estado, André Puccinelli, todos do PMDB.
O advogado de Olarte, Jail Azambuja, disse que não pode adiantar qual providência tomou em relação a nova situação, mas opinou. “Não nos surpreende porque o depoimento continha várias inverdades que foram esclarecidas pelo Gilmar Olarte. Então isso ratifica a fragilidade das insinuações do ministério público, o qual se deixou induzir ao erro por facções política”.
A defesa do vereador Otávio Trad (PTdoB), representada por André Borges, vai aguardar o MPE (Ministério Público Estadual) tomar medida cabível, sendo neste caso ouvir novamente o depoente e processá-lo por falso testemunho. Caso não seja essa a conduta do órgão, ele vai esperar que o processo acabe para pedir nulidade da investigação.
Nesta mesma esteira está o advogado do legislador Carlos Borges (PSB), Rodrigo Dal Piaz. “Tenho que tomar conhecimento de tudo pelos autos. Então não vou fazer nada enquanto não souber ao certo”, finalizou.
Caso - Na manhã desta terça-feira (16) Fabiano foi ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e afirmou ter mentido durante seu primeiro depoimento aos promotores, porque esperava cumprimento de promessas por parte do prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP).
“Vim denunciar porque o Bernal me ameaçou”, revelou. Segundo ele, por intermédio de um advogado do chefe do Executivo, Antônio Trindade, conhecido como Toninho, foi feita a promessa de ter sua nomeação para atuação na Câmara Municipal e a garantia do pagamento de uma rescisão de sua mãe.
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