O juiz de direito Aloisio Pereira dos Santos da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande inocentou o ex-prefeito de Alcinópolis, Manoel Nunes da Silva da acusação de ser o mandante do assassinato do então vereador e presidente da Câmara Municipal Carlos Antônio Costa Carneiro.
O crime aconteceu no dia 26 de outubro de 2010 na Rua Guia Lopes, esquina com a Avenida Afonso Pena ao lado do Hotel Vale Verde no bairro Amambaí em Campo Grande.
De acordo com o Ministério Público, o ex-prefeito cometeu o crime em conjunto com Ireneu Maciel, Valdemir Vansan e Aparecido de Souza.
No dia do assassinato, Ireneu foi quem deu três tiros contra Carneiro e fugiu em uma moto pilotada por Aparecido. Policiais que estavam próximos fizeram a prisão dos dois. Na época, Ireneu confessou que cometeu o crime sob encomenda e Valdemir era quem teria feito a intermediação com o mandante.
Na época, o inquérito policial apontou que o motivo do crime era por causa das desavenças políticas entre Carlos Antônio e Manoel, que liderava um grupo político, enquanto o presidente da Câmara era da oposição e frequentemente denunciava irregularidades cometidas na administração municipal.
Inclusive, no dia que foi assassinado, Carlos Antônio estava com documentos para a montagem de um dossiê com denuncias de desvios cometidos no executivo da cidade do interior.
De acordo com a decisão do juiz, nenhum dos autores confessou que o ex-prefeito seria o mandante. No inquérito policial, um dos criminosos chegou a citar que havia um mandante, porém não disse nenhum nome. Ainda segundo a Justiça, nas movimentações bancárias não apareceram valores que seriam o “pagamento” aos autores. Na época, chegou a se cogitar em um valor de R$ 20 mil.
“Apesar de haver os referidos indícios, estes não são e nem devem ser considerados como suficientes”, “Os elementos de prova existentes são ilações ou deduções”, consta na decisão do juiz. Ireneu e Valdemir foram julgados e condenados a 19 anos e Aparecido foi inocentado em Júri Popular.
O ex-prefeito chegou a ser preso no dia 20 de junho de 2011, porém foi solto em 28 de setembro do mesmo ano, por causa de uma liminar do STJ (Supremo Tribunal de Justiça). Na época do crime, familiares e amigos fizeram campanhas contra o que chamavam de impunidade, em relação ao desenrolar das investigações.
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