O governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), informou nesta segunda-feira (4) que já foi aberta sindicância para apurar denúncia de superfaturamento em compras feitas pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul) no ano de 2014, conforme aponta relatório feito pelo atual diretor do órgão, Airton Stropa. O documento encaminhado pelo gestor aponta gasto 77% maior que em 2015, uma diferença de quase R$ 20 milhões.
“Está sendo feita um auditoria que passa pela procuradoria do Estado e também e pelo corpo de auditores. Isso é para ver os itens informados nesse relatório, para que possa ser dada uma resposta sobre dessa diferença grande entre aquilo que se gastou em 2014 e o que se gastou em 2015”, disse o governador, durante entrega de viaturas para Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária e Animal.
Questionado se a saída do Coronel Desdete de Oliveira da instituição teria alguma relação com possível superfaturamento, o governador garantiu que não, ressaltando que após deixar Agepen, o coronel assumiu comando da Polícia Militar, em janeiro de 2015.
“Deusdete saiu à época para ocupar o comando geral da polícia durante um período, depois foi chamado, já na reseva, para compor equipe do secretário Jose Carlos Barbosa. Não tem nada a ver essa transição. É uma transilção normal, mudança como ocorre em diversos órgãos do governo, e isso está sendo feito para que a gente possa melhor eficiência do resultado que não é só na Agepen”, respondeu o governador.
Relatório
De acordo com atual diretor da Agepen, Airton Stropa, o pedido de auditoria foi solicitado internamente para Procuradoria Geral do Estado, em janeiro deste ano. Ele revelou que o pedido surgiu após perceber grande diferença nas compras feitas pela Agência, mas que corria de modo sigiloso de modo a evitar qualquer acusação precipitada.
“Na verdade, comparando gastos, várias despesas feitas em 2014 me causaram dúvidas e por isso solicitei a auditoria para que traga algo de concreto. Não posso afirmar se houve ou não irregularidades, mas me chamaram atenção gastos que imaginei além do necessário”, explicou.
Entre contratos com suspeita de superfaturamento, o diretor aponta aquisição de colchões e gêneros alimentícios. Airton revelou que a Agepen gastou R$ 5 milhões no ano de 2015, enquanto em 2014, na gestão anterior, haviam sido gastos cerca de R$ 22 milhões.
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