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Polícia
06/10/2016 - 08:14
Polícia Federal investiga crime eleitoral de prefeito e vereador eleitos
Foto: Divulgação
Midiamax
A Polícia Federal investiga o candidato eleito a prefeito de Corumbá Ruiter Cunha (PSDB) sobre possível crime eleitoral. Os agentes fizeram operação especial neste final de semana e identificaram suspeitas tanto envolvendo Ruiter, como o segundo vereador mais votado na cidade, Irailton Oliveira Santana, o Baianinho (PSDB).
 
O trabalho de investigação contou com 32 policiais e houve ainda duas prisões em flagrante, informou a assessoria de imprensa da PF em Corumbá. As detenções foram feitas em frente a duas escolas onde aconteciam a votação no domingo (2).
 
A principal suspeita é que os homens detidos, que eram bolivianos, conduziam veículos com placas do país vizinho transportando irregularmente eleitores brasileiros. A investigação apura se o transporte, que teria custado R$ 40, teria sido pago pelos candidatos eleitos.
 
Ao todo, 13 eleitores foram ouvidos como testemunhas e liberados. Os motoristas dos veículos foram soltos na segunda-feira (3) por determinação da Justiça. Os veículos utilizados para transportar eleitores estão apreendidos no pátio da Polícia Federal de Corumbá.
 
Na mesma operação, agentes realizaram duas buscas e apreensões na casa e no comitê do candidato eleito Baianinho. A denúncia era de que haveria R$ 1 milhão no local e um caminhão de gás. Nada foi encontrado, mas os agentes apreenderam celulares e uma agenda do ex-presidente do Sindicato dos Taxistas da cidade. Os objetos já foram devolvidos a ele hoje à tarde.
 
INVESTIGAÇÃO
 
O inquérito em andamento tem prazo de 10 dias para conclusão, sendo que esse prazo pode ser prorrogado por igual período.
 
Depois disso, o delegado responsável oferece a denúncia à Justiça Eleitoral e envia a investigação ao Ministério Público Eleitoral. Entre as penas para o crime está a de não diplomação ou cassação do mandato.
 
No dia da eleição, candidatos são proibidos de oferecer transporte, combustível ou alimentação a eleitores. O apoio só pode ser fornecido pela Justiça Eleitoral, no caso de pessoas que morem na zona rural.
 
OUTRO LADO
 
A reportagem tentou contato com Ruiter Cunha e um assessor dele, mas os dois telefones estavam desligados.
 
Já Baianinho fez questão de negar qualquer tipo de irregularidade. "Falaram que tinha R$ 1 milhão em casa, caminhão de gás. Nada foi encontrado. Tenho um cofre em casa, chamaram chaveiro para abrir e não tinha nada", afirmou por telefone ao Portal Correio do Estado.
 
O candidato eleito para a Câmara de Corumbá disse que nunca tinha visto os bolivianos que foram detidos. "Nunca vi eles na minha vida", afirmou. Sobre a relação da denúncia envolvendo Ruiter Cunha, ele defendeu o colega de coligação. 'Tenho certeza que o Ruiter não fez isso. Não teve nada de irregular", garantiu.
 
Nas cidades da fronteira entre Brasil e Bolívia, estima-se que há 800 brasileiros que votam em Corumbá.
    
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