A morte do advogado Nivaldo Nogueira de Souza, vítima de pistoleiros no último dia 23 em Costa Rica, mobilizou a classe em todo o Estado nesta quinta-feira (26). Em Costa Rica a manifestação foi organizada pelo presidente da 16ª Subsecção da Ordem dos Advogados, Roberto Rodrigues, em frente ao Fórum da Comarca, com bandeiras a meio mastro em sinal de luto. Estiveram presentes o juiz da Comarca, Luiz Alberto de Moura Filho; o representante do Ministério Público, Izonildo Gonçalves de Assunção Júnior; a esposa do falecido, Anésia Nogueira dos Santos, acompanhada dos dois filhos e advogados. Todos foram unânimes em classificar o crime com “barbárie”. Roberto enfatizou a cobrança e afirmou que a classe está unida na cobrança pela elucidação do crime brutal que foi vítima o advogado. Ressaltou a importância do Estado em esclarecer e observou que outros casos precisam ser solucionados, referindo-se ao moto-taxista assassinado há mais de um ano. Ele condenou a forma covarde e violenta do assassinato: “as diferenças são resolvidas na justiça, nos queremos agir dentro da legalidade”. Ele ainda agradeceu o empenho do prefeito no momento em que a família precisou. O prefeito foi representado pelo secretário de administração do município, Sérgio Delgado. A esposa do falecido, com a voz embargada iniciou sua fala chorando e disse: “Juro a vocês, a dor é grande, nunca vai acabar”. Ela ressaltou as qualidades do marido, e condenou a violência: “ele não era um bandido, mesmo que fosse ninguém tem direito de tirar a vida de ninguém”. Agradeceu os amigos e funcionários do Fórum; as pessoas que estão empenhadas em desvendar o crime e pediu que seja feita “justiça”. Expôs o sofrimento da família, os pais da vítima estão acamados. Era um homem generoso com os menos favorecidos, sempre disse: “somos todos iguais”; era simples, bom pai e finalizou: “a família está danificada”. Abalado com lágrimas no rosto, o promotor foi firme na sua fala, criticou a falta de delegado: “no dia do crime não tinha delegado na cidade, o local do crime foi preservado por nós enquanto a polícia fazia diligências”. Para o promotor todos os crimes são importantes e devem ser esclarecidos. Ressaltou a organização da OAB a frente do caso. No Caso do moto-taxista, as dificuldades para o esclarecimento está no silêncio da população, isso dificulta para a polícia chegar ao autor: “a população tem medo, não fala. A mãe dele está lutando sozinha, veio falar comigo... nós estamos trabalhando, com certeza vamos colocar na cadeia o assassino do seu filho também”. Izonildo finalizou dizendo que a sociedade não pode aceitar e é preciso reagir: “eu vi o sofrimento da família; o pai e a mãe de Nivaldo estão desolados”. E fez um alerta: “é o nosso futuro que está em jogo”. Luiz Alberto pediu a população para ajudar a esclarecer o crime com informações que por ventura possa ter sobre a autoria do homicídio. O magistrado cobrou da Secretaria de Segurança do Estado para que cumpra o papel e forneça estrutura as policias para que possam trabalhar. Ele reafirmou as dificuldades vividas pela policia local: “falta estrutura para enfrentar o crime, nós precisamos ajudar com gasolina e Pneus, a cidade precisa do policiamento preventivo” afirmou o Juiz. O advogado Marcio Rodrigues destacou as qualidades do colega Nivaldo, cobrou a elucidação do caso, e observou a importância da cobrança da sociedade. Concluiu dizendo: “sem advogado não há justiça, não há democracia”. Já a defensora pública, Débora Maria de Souza, observou que a sociedade está chocada: “vimos cenas horríveis, parece que estamos em outro planeta” - se referindo a brutalidade do crime. Reafirmou a obrigação do Estado em dar uma resposta a sociedade. O advogado do município de Figueirão, Abadio Queiroz Baird, observou que há grupo de homens e mulheres organizado para cobrar por justiça. Para Baird, a sociedade acredita na instituição judiciário. Segundo ele o legislativo está desgastado e o executivo desacreditado junto a opinião pública. O filho de Nivaldo, Paulo Carneiro de Souza Neto, fez a leitura do texto da presidência da Seccional da Ordem, “Oração do Advogado Assassinado”, universitário do 4º ano de direito. O presidente Em Campo Grande o presidente da OAB, Fabio Trad, falou ao Hora da Notícia e disse que a instituição está acompanhando o caso em Costa Rica e na capital junto ao secretário de segurança. Segundo ele nada justifica o crime: “não podemos tirar nossas diferenças dessa forma, essas pessoas que cometeram esse crime não sabem a extensão dos seus gestos”. Veja fotos: http://www.horadanoticia.com.br/?conteudo=GaleriaFotos&gal_id=18 Hora da Notícia.
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