O dono do laticínio Santos Reis assumiu em depoimento à Polícia Civil que desenterrou queijo contaminado do lixão de Figueirão, a 226 quilômetros de Campo Grande. O empresário Rogério Botelho esteve na delegacia local na manhã desta quarta-feira (21) com o advogado Alessandro Consolaro, que pediu tranquilidade à população, pois o alimento foi dado aos porcos.
Segundo ele, a maior parte dos produtos da fábrica é vendida nos municípios de Mato Grosso do Sul, ficando apenas 5% em Figueirão.
Ninguém soube informar a marca do queijo, que segundo análise laboratorial coordenada pela Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) estava infectado com Staphylococcus aureus.
O delegado responsável pelo caso, Leonardo Antunes Ballerini, disse ao Campo Grande News que o inquérito deve ser concluído até a semana que vem, embora ele tenha 30 dias para conduzir as investigações. Botelho, segundo ele, pode responder por crime contra as relações de consumo, cuja pena varia de dois a cinco anos de prisão em caso de condenação.
Ao Campo Grande News, o empresário se recusou a comentar o caso e disse que a situação será esclarecida perante à Justiça.
Risco - Esses micro-organismos produzem toxinas que não alteram o cheiro e o sabor dos alimentos. Porém, mesmo “invisíveis” provocam náusea e vômitos graves, além de cólicas abdominais, diarreia, dor de cabeça e febre. Esses sintomas, por sua vez, levam à perda significativa de eletrólitos e líquidos, podendo desencadear pressão baixa e náuseas.
Por conta disso, a infecção é fatal em bebês, idosos e pessoas debilitadas por algum problema de saúde anterior à contaminação.
Conforme a Iagro, o risco de ocorrer um surto é alto quando as pessoas que trabalham na linha de produção manipulam os alimentos com infecções na pele sem os devidos cuidados, afetando principalmente os itens mal cozidos ou armazenados em temperatura ambiente.
No caso do Santos Reis, a agência fez uma vistoria de rotina e encaminhou amostras de produtos ao laboratório onde foi identificada a presença do S. aureus. Dessa forma, cerca de quatro toneladas de alimentos foram apreendidas e enterrados, procedimento previsto em lei para esses tipos de caso.
Contudo, denúncias anônimas informaram a polícia que parte dos produtos havia sido retirada do solo e processada para venda. Como a cidade não possui delegacia de Polícia Civil o caso foi encaminhado ao município vizinho de Camapuã.
(Colaborou Rubem Vasconcellos)
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