Sem muito requinte ou profissionalismo, mas recheado de detalhes e carinho, um ensaio fotográfico mudou a rotina na UBSF (Unidade Básica de Saúde Familiar) do Jardim Tarumã, em Campo Grande, no início desta semana. As modelos foram três gestantes e uma mamãe que acabou de dar à luz. E as fotógrafas e produtoras dos cliques foram três enfermeiras que atendem na unidade.
O ensaio fotográfico foi o fechamento do projeto GesTar, que foi implantado na UBSF em abril deste ano, pelas enfermeiras Patrícia de Rezende Seixas, 27 anos, Jéssica Klener Santos, 29 anos, e Lívia dos Reis, 36 anos. A união das três deu vida às rodas de conversas feitas mensalmente na UBSF, com mulheres grávidas ou que estão no período pós-parto.
Em um bate papo amigável com as pacientes, as profissionais abordam temas sobre parto, amamentação, planejamento familiar, entre outros assuntos deste universo tão cheio de anseios, dúvidas e, muitas vezes, medo.
Os últimos oito meses foram intensos para o trio de enfermeiras, que não mediram esforços para dar suporte a cada uma das mulheres que participava das rodas de conversa. A troca de experiências foi como entrar um pouquinho na vida de cada uma. E a partir dos laços criados, Patrícia, Jéssica e Lívia decidiram presentear as pacientes com o ensaio fotográfico, mesmo nenhuma delas sendo profissionais ou terem estrutura física para realizar a sessão de fotos.
Tudo foi à base do improviso e o ensaio foi feito no espaço da UBSF do Tarumã, local onde o projeto GesTar foi sonhado e realizado. Para deixar os ambientes mais bonitos e aconchegantes, a decoração contou com tapetes, flores, caixotes e até um varal de roupinhas de bebês. A maioria dos acessórios usados foram providenciados por Lívia, Jéssica e Patrícia.
“Além de ser uma recordação, o ensaio é um momento que mexe com a autoestima das mulheres”, ressalta Patrícia. As modelos foram para a sessão já arrumadas e maquiadas. “O nosso desejo era ter feito a produção delas também, mas não conseguimos voluntários para nos ajudar nisso”, lamenta a enfermeira.
Apesar das limitações, o ensaio valeu a pena para todas elas. “A gente ficou nervosa, ansiosa, não sabia se ia dar certo... era uma ideia que estávamos colocando em prática, mas valeu a pena, ver o trabalho final, o sorriso delas, tudo foi muito gratificante”, destaca Patrícia.
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