Depois de jogos com portões fechados e briga generalizada em clássico, o Estadual de Mato Grosso do Sul reservou mais uma emoção a seus torcedores às vésperas do início da fase de mata-mata que definirá o campeão. Eliminado da competição, o Novo protocolou na última terça-feira (6) denúncia contra o Costa Rica no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) por suposta escalação irregular de jogador.
Entre os efeitos colaterais, além da óbvia mudança na classificação que daria a vaga ao time da Capital e eliminaria o do interior, está o pedido do Novo para suspensão da primeira rodada do mata-mata, que aconterecrá no próximo final de semana, após a definição dos duelos com os dois jogos que ocorrem nesta quarta-feira (7): Operário x União ABC e Corumbaense x Urso.
De acordo com a denúncia do Novo, o lateral-direito Paulinho foi expulso ainda na semifinal do campeonato do ano passado, quando defendia o Operário, contra o Corumbaense.
O jogador cumpriu suspensão automática contra o Novo, no primeiro jogo da decisão do terceiro lugar. E foi relacionado para o duelo de volta. Com o fim da competição, foi julgado pelo TJD e pegou quatro jogos de suspensão.
Paulinho, então, transferiu-se para o Juventus de Santa Catarina no segundo semestre de 2017. Voltou esta temporada para o futebol local, no Costa Rica, onde atuou nas quatro primeiras partidas do clube, sem cumprir a pena. Acabou dispensado no dia 27 de fevereiro.
A punição é válida somente para partidas organizadas pela Federação de Futebol do Mato Grosso do Sul, segundo prevê o regulamento geral de competições da Confederação Brasileira de Futebol.
Caso punido, o Costa Rica perderia 12 pontos, de acordo com o que prevê o artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que prevê a aplicação da perda de três pontos por jogo onde ocorreu a irregularidade.
Com isso, o time do interior ficaria com pontuação negativa, -1, e na lanterna do Grupo A do Estadual, alçando o Novo ao mata-mata.
"Nosso departamento jurídico tem o hábito de olhar a situação dos atletas do campeonato, até pelo fato dos jogadores no Estado serem sempre os mesmos, e encontramos essa situação, em que me parece clara a infração", disse o presidente do Novo, Américo Ferreira.
Segundo ele, o pedido do adiamento dos jogos do mata-mata se torna necessário para que a situação seja esclarecida. "Tem que interromper o campeonato até que julgue a situação, para não haver uma acumulação ainda maior de erros", disse.
DEFESA
A notícia da suposta escalação irregular pegou todo o elenco, comissão técnica e diretoria do Costa Rica de surpresa. O presidente César Mignoli disse ao Portal Correio do Estado que aguardará o posicionamento da promotoria do TJD, mas que já trabalha na defesa.
"A gente tinha todo um planejamento, se isso ocorrer vai ficar complicado. Na hora de inscrever o jogador não nos comunicaram nada", disse o dirigente interiorano.
Na avaliação de Mignoli, caso aconteça a punição será mais um exemplo dos privilégios dados aos times da Capital. "Ano passado já ganhamos menos dinheiro, agora isso. O sistema funciona. E a gente sabe pra quem", disse.
A presidente do TJD-MS, Celina de Mello e Dantas Guimarães, disse que o pleno ainda não se posicionará enquanto não houver uma definição da promotoria, que pode ser encaminhada até sexta-feira (9), justamente para não atrapalhar a fase final.
Eliminado e iniciando o planejamento para a Série D, que começa em abril, o Novo retomou os trabalhos em caráter de urgência e até adiou dispensas de atletas que promoveria. Para Ferreira, caso haja a punição ao rival, o time tem condições de surpreender.
A empolgação tem motivo: depois de idas e vindas, o clube poderá ter liberado na próxima semana o Estádio Jacques da Luz, o Moreninhas, pelo Ministério Público Estadual, após a conclusão das obras exigidas pela promotoria e que foram pagas pelo clube junto da Prefeitura. "Vai ser a força para essa segunda fase. Assim que sair essa liberação vamos homologar na Federação a Moreninhas como nossa casa em definitivo", disse o presidente.
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