Apontado como o mentor de um caso insólito, furto de um cadáver num suposto pacto pós-morte, José Gomes Rodrigues, de 57 anos, se apresentou, “por telefone”, no fim da tarde de ontem (dia 15) à Polícia Civil de Dois Irmãos do Buriti, que investiga o caso. Sem ordem de prisão, ele vai responder em liberdade pelo crime de subtração de cadáver, que tem pena máxima de três anos de prisão.
De acordo com o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa, a apresentação foi às 18 horas de ontem, com interrogatório marcado para a manhã de terça-feira (dia 19). A delegada Nelly Macedo disse hoje ao Campo Grande News que a apresentação foi informal, apenas por telefone. Ela conta que foi hospitalizada na tarde de ontem e recebeu o telefonema do advogado.
Após o interrogatório, ele deve ser ouvido e liberado. “Como não há flagrante e nem mandado de prisão, ele responderá em liberdade”, afirma a delegada. Expulso da PM (Polícia Militar), José Gomes Rodrigues, 57 anos, é acusado de furtar o corpo de Rosilei Potronieli, 37 anos, de quem foi namorado.
No dia 9 de fevereiro, Rosilei foi esfaqueada num bar de Terenos, a 25 km de Campo Grande. Ela chegou a ser trazida para a Capital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no domingo (10). Autor do homicídio, Adailton Couto, foi preso após apresentar-se à polícia.
Primeiro, a mulher foi sepultada na noite de 11 de fevereiro, no cemitério de Dois Irmãos do Buriti. No entanto, na madrugada do dia seguinte, o corpo foi furtado. O cadáver foi localizado na última quarta-feira, enterrado na chácara de José Gomes Rodrigues, que fica em Campo Grande, na saída para Três Lagoas.
O episódio do furto, que assombra por mostrar uma mulher sem paz em vida e nem depois da morte, começou a ser desvendado graças as imagens de segurança que revelaram a entrada de um carro no cemitério.
Primo de José, Edson Maciel Gomes detalhou para a Polícia Civil toda a ação para o furto do corpo. Ele também responde pelo crime em liberdade. O corpo de Rosilei aguarda liberação para o terceiro sepultamento.
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